PL 2308/2020

TJMG OFENDE SERVIDOR; REVOLTA AGITA REDES SOCIAIS

quinta-feira, 28/01/21 18:59

Os servidores e servidoras do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) reagiram com indignação e revolta à afirmação da Administração, na justificativa do Projeto de Lei 2308/2020, de que não há mão-de-obra qualificada suficiente, entre o pessoal efetivo, para preenchimento de funções comissionadas de assessoramento a juízes.

Desde a última terça-feira, dia 26, quando o SINJUS publicou matéria denunciando prejuízos e afrontas aos servidores contidos no PL 2308/2020, as redes sociais Facebook e Instagram do SINJUS foram inundadas de comentários, desabafos e relatos de servidores revoltados com a falta de valorização e reconhecimento por parte da Administração do TJMG.

LEIA AQUI UMA SELEÇÃO COM ALGUNS RELATOS POSTADOS NAS REDES SOCIAIS

“Lamentáveis os caminhos que o Judiciário está tomando, em especial o Judiciário mineiro. Há alguns anos, vêm sendo desmontada a estrutura do Órgão no que diz respeito aos servidores técnicos. Vários cargos se tornando de “confiança”, uma espécie de terceirização. Chefes de secretarias, antigo cargo de escrivão, sendo escolhidos não pela sua trajetória dentro da carreira, por seu tempo de serviço prestado, títulos e competência. Assessores dos juízes da mesma forma. Não há valorização do servidor e nem respeito. Da mesma forma que o magistrado entrou no Poder Judiciário, os demais servidores também entraram, através de concurso.”

“Esse é um tapa na cara dos servidores, principalmente aqueles que dedicam suas vidas para ajudar no bom funcionamento da instituição, aqueles que ficam até tarde da noite no fórum, que levam serviço pra casa, que fazem faculdade, pós-graduação pra se qualificar. Esse é o reconhecimento que recebemos!”

“É triste, viu? Estudar muito para passar em um concurso e não ser considerada mão-de-obra qualificada!”

“Concurso nível médio… e não conheço quase servidor algum que não seja graduado em Direito. A primeira PV, em que era para ser exigido graduação, servidor só consegue se tiver duas pós-graduações!”

“Só se a qualificação for consanguinidade com membros! Agora, se for graduação, pós-graduação, experiência no efetivo exercício, não falta gente qualificada!”

“Se eu, com um mestrado e cinco pós, não sou qualificado, está mais difícil que ser juiz. Lembra-me do grande Ariano Suassuna quando disse: “É tanta qualidade que exigem para dar emprego que não conheço um patrão com condições de ser empregado.”

“Na primeira instância isso é bem diferente. Eles preferem menos qualificados para ocupar cargos de confiança. Eu, por exemplo, tenho mestrado e fui tirado de um cargo de confiança para colocação de outro servidor sem nenhuma formação jurídica ou técnica na área. E não sou exceção. Isso é bem corriqueiro nos fóruns.”

“Mais uma aberração. Sou servidor concursado e tenho a função de assessoramento conquistada há pouco tempo com muito esforço e trabalho árduo. Ou seja, por anos exerci a função de fato, mas não era remunerado por isso. Não porque os magistrados com quem trabalhei não queriam, mas, sim, pela política do TJMG, vez que, na minha Comarca, ora não tinha tal função, ora ela foi ocupada por um comissionado. Contudo, ao TJMG remanejar vagas em razão de distribuição de feitos, mais uma vez estou lá, fazendo a função com zelo, comprometimento e profissionalismo, mesmo não recebendo o PJ do assessor comissionado.”

Agora recebo essa lamentável notícia, que, caso se concretize, sinceramente, é a mesma coisa de o TJMG me chamar de palhaço. A palavra é DESVALORIZAÇÃO. Desculpem o desabafo colegas, mas são anos de luta que o TJMG agora coloca em total descrédito. É HUMILHANTE o que eles estão fazendo conosco. BASTA…”

“Eles deveriam ter vergonha de usar um argumento tão infantil, inadequado, pobre, mentiroso para aumentar o número de vagas para seus filhos e protegidos que não conseguem passar nos concursos.”

“Prefiro advogar do que fazer concurso e passar por certas situações. Concursado é concursado e ponto, merece respeito! Tem muito descaso com servidor; não sou a favor disso não, é só uma manobra para criar cabides de emprego.”

“Temos que fazer pressão para esse projeto não passar.”

“Um absurdo, revoltante. Negar a competência de servidores efetivos que fazem o TJ andar e garantem cumprimento de decisões, prazos e bom atendimento às partes é, no mínimo, cruel. Trabalho com pessoas extremamente eficientes e capazes de aliar o conhecimento do Direito às necessidades do TJ. Tenho certeza que cada escrivão tem indicações para fazer em sua turma. O que falta é má-vontade em valorizar o servidor efetivo e a criação de estratégias para aproveitamento desses servidores que muito têm a contribuir.”

“Se não passa num concurso pra entrar pela porta da frente, que qualificação tão maior assim essas pessoas podem oferecer? Façam como nós. Estudem e passem nas etapas exigidas. Aí, sim, podem provar sua qualificação como SERVIDOR PÚBLICO EFETIVO!”

“Aí eu pergunto: e a resolução do nepotismo? Se concursados não têm capacidade técnica, como vão aferir a capacidade das contratações livres? O Judiciário já está assoberbado de processos com os poucos funcionários que tem; e a prestação jurisdicional? Como vai ficar? O juiz vai realizar o trabalho deles, assumir o rojão ou ficar dando desculpa ‘não tenho funcionários suficientes’! Difícil essa hipocrisia!”

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