SITUAÇÃO DE CALAMIDADE NA UNIDADE MILTON CAMPOS REVOLTA SERVIDORES
quinta-feira, 25/04/24 19:15Na tarde desta quinta-feira, 25 de abril, o SINJUS-MG esteve na unidade Milton Campos do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) para mais uma reunião setorial. A visita comprovou que o problema denunciado com frequência pelo Sindicato continua: as servidoras e os servidores têm enfrentado péssimas condições de trabalho, correndo risco de acidentes e contaminação por doenças devido à infraestrutura precária da edificação onde estão sendo obrigados a trabalhar.
“Os servidores foram retirados da Unidade Sede e realocados na Milton Campos, que não tem estrutura para recebê-los. Enquanto isso, o Tribunal investe em espaços que não poderão ser utilizados por essas pessoas, já que elas foram deslocadas para um prédio com condições precárias. Esse sentimento de exclusão é vivido diariamente e se tornou ainda mais acentuado com as últimas notícias da criação de salas de apoio aos magistrados e da inauguração de um novo espaço de convivência. É um descaso.”, denunciou o coordenador-geral do SINJUS, Alexandre Pires.
A situação da unidade Milton Campos tem indignado tanto os servidores que o primeiro tema tratado na setorial foi a insalubridade vivida diariamente nos setores. Os relatos apontam para diversas situações que trazem insegurança e colocam em risco a saúde e o bem-estar durante o horário de trabalho.
“Todos os dias temos um problema. No 7º andar, antes tínhamos dois banheiros e agora temos só um porque o outro está interditado. Esse prédio estava abandonado e, mesmo assim, o Tribunal nos colocou aqui”, relatou o servidor Thales Nunes Valamiel.
Na última semana, por diversas vezes foi possível ver ratos andando pelos corredores e até mesmo se abrigando entre as garrafas de café no refeitório. Além disso, quem está lotado nos cartórios da unidade também enfrenta uma infestação de baratas, que aparecem nas mesas de trabalho e nos banheiros.
“Não tem uma placa de identificação aqui. O TJ não quer estar vinculado a esse prédio. É como se tivéssemos sido jogados aqui e pronto”, indignou-se a servidora Eliney de Souza.
Outro problema são os elevadores do edifício, que apresentam falhas com frequência, inclusive com quedas inesperadas. Da mesma forma, diversas denúncias apontam para falhas no alarme de incêndio, que dispara sozinho, obrigando os servidores a deixarem suas tarefas diárias e evacuarem o andar, uma vez que não é possível identificar se a ameaça é real ou não.
“Isso é um absurdo! Você entra no elevador e não sabe se o elevador vai cair. Você olha as instalações elétricas e não sabe se algo vai pegar fogo. Pelo amor de Deus!”, apelou o servidor Marcos Augusto Oliveira.
Ninguém quer trabalhar na Milton Campos
Desde que foi anunciado o deslocamento das unidades do TJ para o prédio Mário Pires, localizado na Praça Milton Campos, n. 16, o SINJUS recebeu denúncias sobre a insalubridade do prédio, impedindo o bom exercício laboral. À época, após pedido do SINJUS, o TJ adiou o deslocamento dos 9º, 10º, 11º, 12º e 13º cartórios cíveis. Em vistoria realizada pela Diretoria do Sindicato, foi possível verificar os problemas da edificação.
Também há uma colônia de pombos se abrigando no forro do 6º andar desde novembro de 2023. Segundo os relatos e as fotografias enviadas ao SINJUS, há animais vivos e mortos, aumentando significativamente o risco de infecções.
Resposta do TJ
Ainda durante a reunião, o Sindicato compartilhou um vídeo nas redes sociais denunciando a situação vivida pelas servidoras e pelos servidores na Praça Milton Campos. O conteúdo recebeu grande engajamento das servidoras e dos servidores, repercutindo entre os setores e na Administração do Tribunal.
Em contato com o coordenador-geral Alexandre Pires, o TJ afirmou que realizou uma reunião de urgência para analisar as imagens e planejar estratégias de enfrentamento ao problema. Segundo representantes da Administração, neste final de semana também será feita uma dedetização nos 6º, 7º e 8º andares, a fim de controlar a infestação de pragas, mas não foi informado quais outras medidas serão tomadas.
O SINJUS seguirá vigilante, pois essa situação não pode continuar. Siga nossas mídias sociais e acompanhe os próximos passos dessa luta.