RRF continua em pauta; SINJUS articula na ALMG e em Brasília
segunda-feira, 03/07/23 19:38A pretensão do governador Romeu Zema (Novo) de impor o Regime de Recuperação Fiscal (RRF) e todos os seus retrocessos aos servidores e à população foi o tema central da reunião do SINJUS-MG com o deputado estadual Leleco Pimentel (PT) e com o deputado federal Padre João (PT/MG). O encontro ocorreu nesta segunda-feira, dia 3 de julho, e teve como objetivo alinhar as estratégias de luta de parlamentares e entidades sindicais tanto no âmbito da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) quanto junto ao governo federal, em Brasília.
Essa foi mais uma da série de reuniões que o SINJUS está realizando com lideranças políticas e sindicais para buscar apoio contra o RRF (clique aqui e saiba mais). O coordenador-geral, Alexandre Pires, o diretor de Assuntos Jurídicos, Felipe Rodrigues, e o diretor de Finanças, Alex Aguiar, entregaram aos parlamentares um ofício, solicitando interlocução junto ao Ministério da Economia para que vedações e contrapartidas que impactem os servidores públicos não sejam efetivadas em caso de eventual adesão de Minas Gerais ao RRF.
“Estamos em um momento muito crítico para as servidoras e os servidores de Minas Gerais. O governador Zema está exercendo forte pressão na ALMG para aprovar projetos essenciais à adesão ao RRF. O chefe do Executivo também tem conseguido sucesso nas ações que vem movendo na Justiça. Diante desse cenário, o SINJUS entende que uma estratégia viável é buscar impedir os retrocessos junto ao governo federal, que pode atenuar as contrapartidas exigidas no Regime”, destaca Alexandre Pires.
Durante o encontro, os deputados Padre João e Leleco Pimentel destacaram o fato de que a oposição na ALMG ter conseguido impedir a aprovação do Projeto de Lei 767/2023 é importante para firmar posição contra o Regime e mostrar ao governo federal que a matéria é contestada em Minas e que precisa ser reavaliada pelo Ministério da Economia. A proposta previa a entrada do estado no Programa de Acompanhamento e Transparência Fiscal (PAF 3), um pré-requisito para adesão ao RRF.
“Já conversamos com cinco ministros, entre eles o Fernando Haddad, da Economia, e o Alexandre Padilha, das Relações Institucionais. A pauta contra o RRF é uma das nossas prioridades”, afirmou Leleco Pimentel.
Os parlamentares também se comprometeram a seguir as interlocuções com o Sindicato no intuito de contribuir com as ações contra o RRF. Eles ainda parabenizaram o SINJUS pela atuação contínua e destacada nessa frente de batalha.
Na próxima quarta-feira, dia 5 de julho, o SINJUS já tem novas reuniões agendadas com parlamentares e também com entidades sindicais de diversas categorias do funcionalismo público estadual.
“Temos de construir uma ampla frente de defesa do serviço público em Minas Gerais, pois está clara a intenção do governador de retirar direitos e congelar carreiras e salários dos servidores. As experiências de adesão do RRF no Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro são exemplos claros e alarmantes do que pode estar por vir aqui em Minas. Portanto, é hora de todos se mobilizarem para contribuir nessa jornada contra o RRF”, complementa Felipe Rodrigues.
Entenda o cenário
Na última sexta-feira, dia 30 de junho, Zema conseguiu maioria no Plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) a favor da sua Arguição de Descumprimento Fundamental (ADPF) 983, que autoriza o estado a iniciar os trâmites de adesão ao RRF sem aval da ALMG. A decisão do colegiado confirmou uma liminar concedida pelo ministro Kássio Nunes Marques no final de 2022.
Agora, conforme determinou o STF, o governo de Minas tem até 20 de dezembro para cumprir os pré-requisitos de adesão ao RRF, que incluem a elaboração do Plano de Recuperação Fiscal; a apresentação das proposições encaminhadas à Assembleia Legislativa e os atos normativos requeridos; o cumprimento das vedações listadas no RRF e o encaminhamento de informações ao Conselho de Supervisão do RRF de MG.
Assim, mesmo tendo perdido o prazo para aprovação do Projeto de Lei 767/2023 (entrada no PAF 3), com a decisão do STF, Romeu Zema deve fazer tramitar nas próximas semanas um novo projeto de lei na ALMG que cumpra esse pré-requisito do RRF – uma espécie de PAF 4.
Dessa vez, para garantir a aprovação, segundo os parlamentares, o governo estadual está segurando a execução de emendas de deputados para ter com que negociar a aprovação de seus projetos. Ainda assim, Leleco Pimentel, que é vice-líder do Bloco Democracia e Luta, afirmou que a oposição vai persistir na estratégia de obstrução da pauta do Plenário.
“O SINJUS está acompanhando de perto as movimentações na ALMG, no Ministério da Economia e no Judiciário, visto que Zema tem buscado refúgio em ações judiciais para suprimir prerrogativas da ALMG. Por isso, precisamos que todos os servidores estejam engajados nessa batalha”, complementa Alexandre Pires.
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