QUEM NÃO DENUNCIA TORNA-SE CÚMPLICE DA VIOLÊNCIA CONTRA AS MULHERES
terça-feira, 23/08/22 17:44Infelizmente, ainda vivemos em uma sociedade em que é necessária a instituição do Dia Estadual de Enfrentamento ao Feminicídio. Neste 23 de agosto, assim como nos demais dias do ano, o SINJUS-MG, por meio do seu Núcleo das Mulheres (NM), reforça o apelo para que qualquer violência praticada contra nossas companheiras, filhas, mães, irmãs, primas, sobrinhas, tias, amigas, vizinhas ou mesmo desconhecidas seja denunciada e os culpados punidos. Se você sofrer ou presenciar qualquer situação desse tipo, disque imediatamente 180.
Segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, no ano passado, 1 mulher foi vítima de feminicídio a cada 7 horas no Brasil. E não é só isso. Em 2021, 1 menina ou mulher foi vítima de estupro a cada 10 minutos. Esses números consideram apenas os casos que chegaram ao conhecimento das autoridades policiais. Portanto, a realidade é muito mais cruel e sangrenta do que contam as estatísticas.
Em Minas Gerais, 152 mulheres foram mortas por homens no ano passado, a maioria por seus companheiros, pelo simples fato de serem mulheres. Também foram registrados oficialmente 3.889 estupros e estupros de vulnerável do gênero feminino.
“Precisamos ser diretos: a sociedade brasileira é extremamente hostil às mulheres. Os feminicídios e as demais violências praticadas contra nós revelam uma sociedade machista, que considera as mulheres objetos. Os ataques ocorrem em todos os espaços. Homens matam companheiras em casa e nas ruas sem qualquer preocupação. Políticos e supostos influenciadores, certos da impunidade, proliferam discursos misóginos na internet. Somos agredidas por quem ocupa o posto de chefe em uma Delegacia Especial de Proteção à Mulher, somos estupradas por médicos durante o parto. A verdade é que estamos em risco a todo o momento”, denuncia a coordenadora do Núcleo das Mulheres do SINJUS, Cristiane Sampaio.
Por isso, o Sindicato reforça o clamor: em caso de qualquer indício de violência contra meninas e mulheres, faça uma denúncia por meio do telefone 180. A Central de Atendimento à Mulher recebe informações sobre os crimes de gênero e também promove uma acolhida qualificada às mulheres em situação de violência. As denúncias podem ser feitas de forma anônima e a ligação é gratuita.
Agosto Lilás
O dia 23 de agosto foi instituído em Minas Gerais, pela Lei 23.144/2018, como o Dia Estadual de Enfrentamento ao Feminicídio. A data foi escolhida devido ao assassinato, em 2016, da servidora Lilian Hermógenes da Silva, que trabalhava na Promotoria de Defesa do Direito das Mulheres do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), em Contagem. O mandante foi o ex-companheiro.
Este mês também é marcado como Agosto Lilás, iniciativa que relembra o dia 7 de agosto, data em que foi sancionada a Lei Maria da Penha. A campanha surgiu em 2016 com o objetivo de chamar a atenção para a necessidade de proteção das mulheres contra as violências física, psicológica, econômica ou sexual vivenciadas no ambiente doméstico, nos espaços públicos ou no local de trabalho.
Veja mais canais de denúncia e redes de apoio:
- Ligue 190 – se ouvir gritos e sinais de briga
- Ligue 180 – para denunciar violência doméstica
- Ligue 100 – para denunciar a violência contra crianças
- Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher, ao Idoso e à Pessoa com Deficiência
Endereço: Avenida Barbacena, 288
Telefone: (31) 3330-5752
- Centro Risoleta Neves de Atendimento à Mulher
Endereço: Av. Amazonas, 558, 1º andar, Centro.
Telefone: (31) 3270-3235 / (31) 3270-3296.
- Defensoria Especializada de Defesa da Mulher Vítima de Violência
Endereço: Rua Araguari, 210, 5º andar. Barro Preto.
Telefone: (31) 2010-3171 / 2010-3172 / (31) 98475-2616 / (31) 98239-8863.
- Centro Especializado de Atendimento à Mulher (Benvinda)
Funcionamento: Segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
Endereço: Rua Hermilo Alves, 34 – Santa Tereza (prox. à Avenida do Contorno)
Tel.: (31) 3277-4380 | (31) 98873-2036
Se na sua cidade não houver serviço especializado de atendimento à mulher em situação de violência, entre em contato com a delegacia de polícia mais próxima, com o serviço de Assistência Social do seu município (ou CRAS) ou com a Promotoria de Justiça da comarca.