Programa do governo federal prevê mais participação de pessoas negras no serviço público até 2025
quinta-feira, 20/07/23 17:25
Ver pessoas negras em cargos de liderança, infelizmente, não é uma coisa comum no serviço público. Para melhorar esse cenário e combater o racismo, o governo federal criou o programa “Formação de Iniciativas Antirracistas (Fiar): tecendo o caminho para a igualdade racial”. A iniciativa é realizada pela Escola Nacional de Administração Pública (Enap) em parceria com o Ministério de Igualdade Racial (MIR) e deve ampliar a presença de pessoas negras em postos de chefia no funcionalismo.
O Fiar propõe cursos para carreiras específicas, visando reduzir as desigualdades raciais no serviço público por meio de eixos diferentes, dentre os quais, destacam-se: aceleração da liderança de pessoas negras na Administração pública, desenvolvimento da capacidade de atuação de servidores no enfrentamento ao racismo, inserção da transversalidade de raça nos programas de capacitação e formação de servidores e realização de pesquisas e produção de dados para fortalecer as agendas de combate às desigualdades de gênero e raça no Brasil.
“Na medida em que os trabalhadores e as trabalhadoras que se relacionam com a sociedade tomam consciência e aprendem a agir para a promoção da igualdade racial, haverá uma mudança lenta, porém constante, nas relações sociais que estabelecemos”, afirmou Anielle Franco, ministra do MIR.
Além disso, a reserva de vagas para gestores negros e pardos e os encontros e as pesquisas de avaliação da lei de cotas também são pautas previstas no programa. Estima-se que, até dezembro de 2025, 30% dos cargos comissionados e de confiança sejam preenchidos por pessoas negras no governo federal.
Iniciativas como o Fiar são essenciais na sociedade em que vivemos, visto que mais da metade da população se declara negra, e apenas 36% desse total são servidores públicos federais. O SINJUS-MG apoia e defende o combate ao racismo em todos os espaços, principalmente no serviço público, e reafirma a necessidade de políticas como essa em todas as esferas.