PANDEMIA JOGA LUZ SOBRE ASSÉDIO MORAL NO HOME OFFICE
quarta-feira, 21/07/21 19:19Piadas de mau gosto, ameaças, metas intangíveis, humilhações, entre outros comportamentos absurdos reiterados fazem parte do cardápio de ações que caracterizam o assédio moral. Em tempos de desmaterialização das relações de trabalho, ficou ainda mais difícil caracterizar tais atos e, por isso, o SINJUS-MG, por meio da Comissão de Combate ao Assédio Moral, está ainda mais atento às queixas e denúncias das servidoras e dos servidores.
De acordo com a especialista na área trabalhista do escritório Finocchio &
Ustra, Carolina Razera, vivemos um momento crítico, no qual as empresas e os órgãos públicos precisam fortalecer as políticas de prevenção aos abusos e torturas psicológicas. O objetivo deve ser preservar as relações e a saúde mental das equipes para garantir o melhor resultado para a instituição. “ Às vezes, a prática do assédio não é percebida. É preciso ter um olhar empático e instituir um código de ética que diga que esse tipo de conduta não é compatível com os princípios do órgão. E, o mais importante: criar canais de denúncias”, explica.
Adoecimento mental
A forma atabalhoada como o trabalho remoto foi implantado logo no início da pandemia, em março de 2020, fez com que surgissem muitas dúvidas e situações que beiram o limite do abuso. Sem legislação específica e métodos confiáveis de controle de jornada e cumprimento de tarefas, as empresas e instituições precisam usar um velho mecanismo para evitar dores de cabeça no futuro e a judicialização das demandas trabalhistas: cautela e bom senso.
Pesquisas mundiais já mostram que haverá – ou já terá começado – uma onda de adoecimento mental entre trabalhadores por conta do caos econômico e sanitário imposto pela pandemia. “O distanciamento social e o home office trouxeram, em muitos casos, o excesso de tarefas e a vigilância excessiva. A rotina ficou mais pesada. Mas isso não pode dar carta branca para que os direitos dos trabalhadores sejam desrespeitados. Por isso, o direito à desconexão é extremamente importante. Os empregadores devem saber que o time está engajado, respeitando os limites de cada um para evitar assédio moral e doenças ocupacionais”, pontua a advogada trabalhista.
Denuncie!
Vale lembrar que os servidores do Judiciário mineiro contam com dois canais de denúncias. Por meio da Comissão de Combate ao Assédio Moral, formada pelo SINJUS-MG em parceria com o Serjusmig, as vítimas de assédio moral podem fazer queixas no canal eletrônico de denúncias no site das entidades e ainda contam com um plantão de atendimento. O grupo ainda promove palestras, publicando cartilhas e artigos e abrindo debates com o TJMG.
Já a Comissão Paritária de Combate ao Assédio Moral do TJMG tem o objetivo de receber e processar queixas, bem como definir ações para diminuir e prevenir o assédio moral no âmbito do Órgão. A Comissão do é composta por magistrados, servidores e representantes sindicais da categoria. As denúncias podem ser feitas por meio de um formulário. ou pelo e-mail [email protected].
Fonte: SINJUS-MG com informações do Diário do Comércio