AUXÍLIO-SAÚDE DIGNO JÁ

No TJMG, a saúde do servidor vale menos que no MPMG

quinta-feira, 19/09/24 18:20 Imagem de uma manifestação com figuras em miniatura, segurando cartazes que dizem "Auxílio-Saúde Digno Já!". O principal cartaz é grande e centralizado, com o símbolo de um estetoscópio, reforçando a demanda por um auxílio-saúde adequado. No canto inferior direito, os logotipos dos sindicatos SINJUS-MG e SERJUSMIG aparecem, destacando a união das duas entidades na luta por melhorias nos direitos dos servidores

No início deste ano, em janeiro, o SINJUS e o SERJUSMIG tinham definido que a adequação do Auxílio-Saúde para os servidores do TJMG continuava como luta prioritária para 2024, já que, apesar do reajuste anunciado em dezembro de 2023 pela então Presidência do Tribunal, o benefício continua sendo insuficiente para cobrir os custos necessários. Passados nove meses, o valor não mudou, mas a situação do servidor sim: está cada vez mais difícil arcar com as despesas de saúde.

Diante desse cenário, os Sindicatos seguem agora em uma nova etapa da campanha “Auxílio-Saúde Digno Já”. A partir do mote “No TJ, a saúde do servidor vale menos”, as entidades vão trazer números e argumentos em reportagens e materiais didáticos que comprovam como a falta de um valor adequado para o Auxílio tem impactado diretamente o poder de compra dos servidores, além de expor a discrepância entre o benefício recebido pela categoria em comparação com outras e com a própria magistratura. A ideia é pressionar o presidente do Tribunal, desembargador Luiz Carlos de Azevedo Corrêa Junior, a estabelecer parâmetros para que o Auxílio-Saúde seja compatível com as necessidades reais dos servidores e isonômico ao recebido pelos juízes e desembargadores.

Atualmente, o Auxílio-Saúde pago aos servidores do Judiciário mineiro é dividido em três faixas: quem tem até 40 anos de idade, recebe o valor de R$ 362,07. Para os com idade entre 41 e 50 anos, o benefício corresponde a R$ 452,59. Já os servidores a partir de 51 anos recebem R$ 543,11.

Para se ter ideia, em uma das principais operadoras de plano de saúde de Belo Horizonte, hoje um plano de saúde individual, coparticipativo (ou seja, novos valores serão pagos por cada procedimento realizado) e com acomodações em apartamento, para uma pessoa de 39 anos sai por R$ 817,89. Já para uma pessoa com 50 anos, o mesmo plano custa R$ 1.110,04. E para quem tem 59 anos, o valor chega a R$ 2.318,95. Em todos os casos, a despesa para o servidor ultrapassa muito os valores do Auxílio pago pelo TJ.

Importante ressaltar que o objetivo do Auxílio-Saúde não é apenas arcar com as despesas do plano de saúde. O benefício foi criado para garantir o acesso efetivo do servidor à saúde. Isso inclui, além dos atendimentos nas unidades de saúde, a aquisição de medicamentos, realização de terapias, prática de atividade física, entre outros aspectos.

“A cada dia, os custos com consultas, exames, tratamentos, medicamentos e outros serviços só aumentam, enquanto o benefício não acompanha essa realidade. Os servidores são obrigados a escolher entre cuidar da saúde ou arcar com outras despesas essenciais. Precisamos de um Auxílio-Saúde que seja digno e compatível com o custo real de vida”, pontua o coordenador-geral do SINJUS-MG, Alexandre Pires.

Disparidade

Enquanto os servidores do TJMG enfrentam essa situação, o Ministério Público de Minas Gerais valoriza sua categoria. Em setembro, o procurador-geral de Justiça, Jarbas Soares Júnior, reajustou o Auxílio-Saúde dos servidores de R$ 600 para R$800. O valor é quase o dobro do que os servidores recebem no Tribunal.

Vale lembrar que, em entrevista à equipe de jornalismo do SINJUS, antes das eleições, o então candidato à Presidência do TJ, Corrêa Junior, afirmou que um dos objetivos de sua gestão seria o estabelecimento de uma política de majoração do Auxílio-Saúde.

“A desigualdade entre os valores pagos de Auxílio-Saúde entre as categorias é um reflexo da falta de conhecimento sobre a importância do bem-estar dos servidores. O Tribunal precisa rever essa situação urgente. Essa luta está entre as prioridades dos Sindicatos. A saúde do servidor do Judiciário não pode valer menos”, pontua o diretor de Assuntos Jurídicos do SINJUS, Felipe Rodrigues.

Os representantes do SINJUS e do SERJUSMIG cobram que, na próxima reunião da Mesa de Negociações com o TJ, marcada para o dia 30 de setembro, a Presidência apresente uma proposta de reajuste real do Auxílio-Saúde.

E na próxima matéria da série de reportagens você vai saber mais sobre a situação do Auxílio-Saúde nos tribunais brasileiros. Não restam dúvidas: o valor do Auxílio-Saúde dos servidores do TJMG está entre os piores do país.

Continue ligado nas nossas mídias para ver todos os conteúdos dessa campanha.

Auxílio-Saúde Digno Já!

SINDICATO É PRA LUTAR!

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