REVOLUCIONÁRIAS

MULHERES SÃO EXEMPLOS DE LUTA POR UMA SOCIEDADE MAIS JUSTA

sexta-feira, 18/03/22 18:26 Em um fundo mesclado nas cores rosa, roxo e azul, temos no centro, aplicadas em ícones de punho cerrado para o alto em símbolo de luta feminista, fotos de Sônia Guajajara (mulher indígena de cabelos pretos com franja e pintura indígena no rosto), Sueli Carneiro Jacoel (Mulher negra de cabelos pretos com tranças, usando óculos de grau),Txai Suruí (mulher indígena de cabelos pretos com franja, usando batom vermelho e adereço indígena na cabeça) e Maria da Penha (Mulher de pele clara, cabelos curtos e grisalhos).

Neste mês em que destacamos a luta feminista por respeito e igualdade de direitos, o Núcleo das Mulheres do SINJUS-MG vem publicando uma série de conteúdos que enaltecem a combatividade de todas aquelas que derrubam barreiras todos os dias, em todos os espaços. Afinal, cada mulher, em incontáveis momentos da vida, precisa enfrentar preconceitos e ser resiliente frente às sociedades ainda predominantemente machistas.

Ao longo da história, várias mulheres promoveram verdadeiras revoluções. Uma das mais conhecidas no Brasil é Maria da Penha Fernandes, vítima de severas agressões e de dupla tentativa de feminicídio por parte do então marido Marco Antonio Heredia Viveros. Apesar dos fatos flagrantes, os crimes ocorridos na década de 1980 permaneceram impunes até 2002 devido à negligência, omissão e tolerância do Estado brasileiro, conforme atestou a Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (CIDH/OEA).

Entretanto, a luta por Justiça de Maria da Penha, fez com que seu caso resultasse em uma das mais importantes leis de combate à violência contra as mulheres no Brasil. Sancionada em 2006 pelo então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a Lei n. 11.340, também conhecida como Lei Maria da Penha, passou a ser instrumento jurídico para as vítimas e também ampliou o debate na sociedade brasileira acerca das injustiças e agressões cometidas contra o gênero feminino.

Feminismo negro

Uma das vozes mais reverberantes do feminismo negro no Brasil é da filósofa, escritora e ativista antirracismo Aparecida Sueli Carneiro Jacoel. A paulistana atua desde os anos de 1970 pela emancipação e pela liberdade sexual feminina. Em 1985, lançou o seu primeiro livro, Mulher Negra, que se tornou referência por desagregar dados por gênero, classe social e raça nas análises.

Já em 1988, a ativista fundou o Geledés – Instituto da Mulher Negra –, primeira organização negra e feminista independente de São Paulo da qual ainda é diretora. Sueli também foi pioneira ao expandir a atuação da luta feminista para o mundo digital, quando, apenas um ano após a chegada da internet comercial no Brasil, em 1995, lançou o primeiro site de uma organização não governamental no país.

Ao longo de cerca de 50 décadas, Sueli Carneiro segue dando voz e ouvidos às questões de gênero e raça, bem como produzindo conhecimento sobre as nuances da sociedade brasileira.

Luta indígena

O genocídio indígena é uma das tristes marcas da história do Brasil que, infelizmente, ainda segue em curso. Nessa luta pelo direito à terra e à vida, Sônia Bone de Souza Silva Santos, mais conhecida como Sônia Guajajara, é uma das principais lideranças. Sua militância começou na juventude, na Terra Indígena Arariboia, no Maranhão. Aos 15 anos, cursou o ensino médio em Minas Gerais, voltando ao estado natal para se formar em Letras, Enfermagem e na pós-graduação em Educação Especial.

Sônia Guajajara exerceu forte liderança na Associação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib) e na Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira (Coiab). Com projeção internacional, a ativista tem voz no Conselho de Direitos Humanos da ONU e já levou denúncias à Conferência Mundial do Clima (COP) e ao Parlamento Europeu. Em 2017, subiu ao palco do Rock in Rio convidada pela cantora norte-americana Alicia Keys para discursar pela demarcação de terras indígenas na Amazônia.

Outra ativista nessa luta é a jovem Txai Suruí, que, no ano passado, aos 24 anos, discursou na abertura da COP26, na Conferência do Clima das Nações Unidas, em Glasgow, na Escócia, alertando para as graves consequências da crise climática. “Os povos indígenas estão na linha de frente da emergência climática, por isso devemos estar no centro das decisões que acontecem aqui. Nós temos ideias para adiar o fim do mundo. Deixe-nos frear as emissões de promessas mentirosas e irresponsáveis, acabar com a poluição das palavras vazias e lutar por um futuro e presente habitáveis”, protestou.

Figura ativa em atos que cobram políticas de proteção das florestas desde a infância, Txai cresceu na Terra Indígena 7 de Setembro (RO e MT) e na Terra Indígena Uru-Eu-Wau-Wau.

Atualmente, a jovem é coordenadora do Movimento da Juventude Indígena de Rondônia, que busca formar novas lideranças atuantes em questões políticas, ambientais e na defesa dos territórios. Durante a pandemia de Covid-19, a entidade se empenhou em levar informações acerca da prevenção e do combate ao vírus, bem como cestas básicas para as comunidades.

Esses são apenas alguns exemplos de mulheres que ainda estão modificando os rumos da sociedade. Contudo, nessa Campanha SINJUS 8M 2022, fazemos questão de destacar que todas as mulheres, a seu modo, sempre estão contribuindo para a luta por dignidade, respeito e igualdade de oportunidades. O Núcleo das Mulheres do SINJUS está junto nesta jornada!

SINDICATO É PRA LUTAR!

Com informações de Instituto Maria da Penha, Instituto Socioambiental e Wikipédia

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