MULHERES SÃO CHATAS? OU ESTÃO EXAUSTAS? DESCUBRA!!
terça-feira, 23/02/21 09:02Ei, você, servidora do TJMG e do TJMMG! Como você tem passado? Anda se sentindo cansada, ou você diria até exausta? “Por que estamos tão cansadas? Por que sentimos que o mundo está pendurado nos nossos ombros? Por que ainda temos tantos medos e tantas dúvidas, mesmo nos assuntos mais básicos? Por que ainda pensamos tantas vezes antes de dizer alguma coisa? Por que ainda achamos que nosso trabalho é um concorrente da nossa família? Por que ainda nos cobramos um tipo de corpo que sabemos que não precisamos nem conseguimos ter? Só de pensar nisso tudo já dá pra ficar exausta. E não teria como não ficar. Mas pode ser mais leve se a gente abandonar alguns penduricalhos que realmente não precisam estar ali. Vamos tentar, juntas, nos libertar deles.”
O trecho acima é um convite da advogada paulistana, professora de Direito e escritora Ruth Manus. Ruth firmou-se como cronista e escritora, sem deixar de lado a carreira jurídica, e é autora de Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas, Pega lá uma chave de fenda e outras divulgações sobre o amor, Um dia vamos rir de tudo isso, Modéstia à parte — coisas que o mundo inteiro deveria aprender com Portugal e Coisas que ninguém conta a um estudante de Direito. Desde 2014, Ruth mora em Lisboa com o marido e a enteada.
Já sentiu sua dose de culpa hoje?
COMEÇO ESTA CONVERSA com uma pequena lista de todas as culpas que eu estou sentindo neste exato momento: me sinto culpada porque deveria ter ido à academia hoje cedo, mas não deu tempo; me sinto culpada por não ter ligado para minha mãe hoje de manhã; me sinto culpada por não ter trazido marmita para o trabalho e por saber que vou comer fora no almoço, gastando mais dinheiro e consumindo mais calorias do que deveria; me sinto culpada por ter almoçado lasanha ontem e por ter comido meio balde de pipoca no cinema no domingo; me sinto culpada por ter comprado um casaco novo pra mim na semana passada e saído do shopping sem resolver o problema das meias do meu marido nem do pijama novo da minha enteada; me sinto culpada porque sei que vou trabalhar até tarde e demorar para chegar em casa; me sinto culpada porque vou viajar a trabalho daqui a uns dias e não estarei presente numa apresentação da escola da minha enteada; me sinto culpada porque estou há uma semana dizendo que vou fazer a unha e nunca faço; me sinto culpada porque não lavei o cabelo hoje cedo e usei um daqueles xampus secos que, no fundo, não adiantam nada; me sinto culpada porque acho sinceramente que vou atrasar o prazo de entrega deste livro, mas esperamos que a minha editora não nos ouça – nem nos leia, no caso.
Feito esse desabafo, pelo qual peço desculpas às leitoras, acho que podemos começar. A questão é que sabemos que existe uma relação muito, muito íntima entre as mulheres e essa tal de culpa. Não estou dizendo que os homens não saibam o que é culpa, ou que nunca convivam com esse sentimento. Mas, por alguma razão, a tal da culpa só aparece para eles de vez em quando (como, aliás, deveria ser com todos nós). Conosco, no entanto, ela é uma espécie de eterna companheira.
É como se ela estivesse pendurada numa correntinha ao redor do nosso pescoço. Um pingente de culpa que a gente nunca tira. Ele fica ali, e a cada vez que a gente se olha no espelho, lá está a culpa, lembrando de tudo o que você não fez, de tudo o que você, em tese, deveria ter feito, de tudo o que você comeu, de todos os momentos importantes nos quais você não esteve presente, de todo trabalho acumulado na sua mesa, de todas as roupas acumuladas numa cadeira qualquer no seu quarto.
Será que nós somos completamente neuróticas? Será que essa angústia que se instala em nosso peito a cada mínimo tropeço não é nada além de puro exagero ou drama, como frequentemente ouvimos dos homens com os quais convivemos? Será que a gente realmente está fazendo tempestade em copo d’água?
Não me parece. A sociedade na qual estamos inseridas é machista, sim, e é patriarcal, sim, e é cruel com as mulheres, sim. Vamos fazer uma pausa para pensar melhor a esse respeito.
CÍRCULO DO LIVRO
Direitos, trabalho, família e outras inquietações da mulher do século XXI. É disso que o livro Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas trata. De forma bem-humorada e muito próxima da leitora, Ruth Manus consegue traduzir como a pressão sobre a mulher pode vir de tantos lados: a família, o corpo, a carreira, o amor, a luta por seus direitos, a briga por se fazer ouvir — angústia de todos, mas que nas mulheres ganham contornos específicos.
Um dos principais objetivos do Núcleo das Mulheres SINJUS-MG é ajudar as servidoras do TJMG e do TJMMG a passarem pelo eterno sentimento de culpa, pelas dificuldades no trabalho, na família, até os dilemas do feminismo contemporâneo. Para isso, foi criado um grupo de WhatsApp exclusivo!! Se você ainda não faz parte, clique aqui e entre agora.
O livro Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas será debatido no próximo Círculo do Livro, no dia 24 de fevereiro, quarta-feira, às 19h, pela plataforma Google Meet. A discussão será mediada pela editora da Quintal Edições e bacharel em Letras, Carol Magalhães.
Sorteios
Uma das vantagens de fazer parte do Núcleo das Mulheres SINJUS-MG é ter informações em primeira mão e participar de sorteios relâmpago, sempre com brindes úteis e que visam ao empoderamento feminino. Sorteamos exemplares do livro Mulheres não são chatas, mulheres estão exaustas para quem já faz parte do Núcleo. Não perca o próximo sorteio. Entre para o Núcleo das Mulheres agora mesmo, clicando aqui. E se quiser saber a programação do Núcleo para 2021, clique aqui.