Artigo

Movimento de mulheres e sua história de lutas

quinta-feira, 16/03/23 18:20 Card em tom predominantemente roxo com ilustrações de rostos de mulheres diversas com o seguinte conteúdo textual: Mulher é luta e história.

Por Arlete Rogoginski – Coordenadora-geral da Fenajud

Conhecer a história do Movimento de mulheres no Brasil é de suma importância, pois, graças a elas, avançamos em conquistas que certamente não viriam espontaneamente, numa sociedade de estrutura patriarcal como a nossa.

Até bem pouco tempo o Código Civil (de 1916) definia a mulher como incapaz, dependente do pai ou do marido. A mulher casada precisava da autorização do marido para viajar, receber herança, trabalhar fora de casa ou adquirir patrimônio.

Com relação ao voto feminino, as brasileiras conquistaram este direito, após muita luta e pressão dos movimentos feministas, somente a partir de 1932, período em que a imagem da mulher representava a que realiza trabalhos como enfermeira, professora, secretária e, claro, esposa dedicada ao lar.

Já na década de 50, a pressão do movimento de mulheres, com destaque para as advogadas Romy Medeiros e Orminda Bastos, fez com que o Congresso Nacional aprovasse, após dez anos de discussão, o Código Civil de 27 de agosto de 1962, pondo fim, legalmente à tutela dos maridos sobre suas esposas se quisessem trabalhar fora de casa, receber herança, ou viajar.

As décadas de 60 e 70 foram anos difíceis especialmente para as mulheres, proibidas de se reunirem e se organizarem. Muitas foram presas, torturadas, exiladas e até mortas. Apesar disso, conseguem criar o Movimento Feminino pela Anistia. Este, reunia mães e esposas que tiveram seus filhos e maridos exilados ou presos pela Lei de Segurança Nacional. Após a Lei da Anistia ser promulgada, o movimento continuou a lutar pela redemocratização no Brasil.

Com a conquista da redemocratização, as mulheres brasileiras ganham mais protagonismo no governo com a criação, em 1985, do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). Com 26 cadeiras durante a eleição para a Assembleia Constituinte, lutaram bravamente pela inclusão de leis que favorecessem as mulheres.

Foram incorporados, além da igualdade jurídica entre homens e mulheres, licença-maternidade, o incentivo ao trabalho feminino, mediante normas protetoras; prazo mais curto para a aposentadoria por tempo de serviço e contribuição da mulher.

Igualmente, foi aberta em São Paulo, no dia 06.08.1985, a primeira Delegacia de Defesa da Mulher, especializada no atendimento de vítimas de agressão doméstica e de casos de violência contra a mulher.

Com o aumento da escolarização feminina e da estabilização democrática do país, os objetivos do movimento feminista foram se adaptando de acordo com a dinâmica da sociedade, e na década de 90, as mulheres passaram a exigir maior participação na vida pública, conquistando a obrigatoriedade dos partidos garantirem cotas de 30% de mulheres candidatas ao legislativo.

Em 2006, foi sancionada a Lei 11.340/2006, em homenagem a enfermeira Maria da Penha Maia Fernandes, agredida pelo marido durante seis anos e duas tentativas de assassinato. Na primeira com arma de fogo, deixando-a paraplégica e, na segunda, por eletrocussão e afogamento. A punição a ele veio depois de 19 anos. Importante saber que antes de 2006, os casos de violência contra a mulher eram amparadas pela Lei nº 9.099/95, que regula os crimes de menor potencial ofensivo. Ou seja, quase sempre, a pena do agressor era convertida em prestação de serviço à comunidade.

Foto: reprodução internet

Todas essas conquistas libertadoras não seriam possíveis sem a luta incansável de mulheres fortes e corajosas, que enfrentaram muitos desafios e a resistência até mesmo de outras mulheres, que viam na submissão, o único modo de vida.

Hoje, graças a luta feminista, sabemos que é possível avançarmos ainda mais, rumo a uma sociedade em que os homens não nos ofereçam apenas flores, mas, acima de tudo, respeito!

Arlete Rogoginski

Fonte: Fenajud

Notícias relacionadas

Diretores do SINJUS posam junto de manifestantes com a bandeira do Sindicato, aparecem na imagem: Adriana Teodoro, diretora de Assuntos Sociais e Saúde, Alexandre Gomes, diretor de Imprensa e Comunicação, Wagner Ferreira, diretor de Assuntos Jurídicos e vereador de BH, e Jonas Pinheiro, diretor de Formação Política.
8M SINJUS vai às ruas de BH para defender igualdade de direitos para mulheres quinta-feira, 09/03/23 18:03 Nessa quarta-feira, 8 de março, Dia Internacional das Mulheres, diversos coletivos sociais e entidades da sociedade civil organizada saíram às ruas em várias cidades do País para celebrar as conquistas femininas até aqui e lutar por mais igualdade, respeito ... leia mais

Últimas notícias

ver mais
RECESSO ATENDIMENTO DO SINJUS ESTARÁ SUSPENSO NO RECESSO DE NATAL E ANO NOVO sexta-feira, 20/12/24 11:45 Informamos que o SINJUS-MG entrará em recesso de Natal e Ano Novo a partir ...
A imagem apresenta uma montagem de momentos importantes relacionados às lutas sindicais promovidas pelo SINJUS-MG em 2024. Nela, há pessoas segurando cartazes com mensagens de protesto. Também aparecem faixas de organizações como FENAJUD e SINJUS-MG, além de uma foto de uma reunião formal com representantes debatendo em uma mesa. Em destaque, a frase: "SINJUS supera desafios e garante conquistas importantes para os servidores em 2024". A composição reflete o protagonismo do sindicato na defesa de direitos dos servidores públicos. LUTAS E VITÓRIAS SINJUS SUPERA DESAFIOS E GARANTE CONQUISTAS IMPORTANTES PARA OS SERVIDORES EM 2024 sexta-feira, 20/12/24 11:10 Todo o ano de 2024 foi de muitas batalhas para o SINJUS-MG e para ...
Imagem Acessível: Mesa diretiva do Conselho Nacional de Justiça, ao fundo está um letreiro em metal prateado brilhante com as iniciais CNJ ocupando o centro da imagem, ao lado da sigla está a bandeira do Brasil. Conteúdo textual: Cotas raciais - Fenajud representa no CNJ contra Desembargadora do TJBA por declarações preconceituosas. COTAS RACIAIS Fenajud representa no CNJ contra Desembargadora do TJBA por declarações preconceituosas sexta-feira, 20/12/24 09:51 A Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud) protocolou, nesta quinta-feira, 19 ...

Convênios

ver mais
Alessandra Zaramella Convênios Floresta . Belo Horizonte (31) 99164-5997 35 ver mais
Lua D’Kali Convênios Centro . Belo Horizonte (31) 98822-8482 http://instagram.com/luadkali 20% ver mais
Sonorità Aparelhos Auditivos Aparelhos auditivos Santa Efigênia . Belo Horizonte (31) 3324-1002 / (31) 99872-1006 sonoritaaparelhosauditivos.com.br até 30% ver mais
Top Fale conosco