ARTIGO

MODO DOR OU MODO RECURSO: EM QUAL DELES VOCÊ ESTÁ?

sexta-feira, 04/02/22 17:25 Imagem Acessível: Ilustração com uma mulher negra de cabelos presos em um coque, ela está vestida com um traje casual e sobre estas roupas ela veste um jaleco branco. A mulher está em pé em cima de uma banqueta, de onde ela rega uma cabeça gigante com água, fazendo com que o cérebro floresça, simbolizando o cultivo de uma boa saúde mental.

Por Larissa Teixeira*

Foto: Freepik

O mês de fevereiro é o mês do meu aniversário e eu ganhei de presente a oportunidade de começar a escrever artigos mensalmente aqui no portal do SINJUS. Claro que aceitei! Nessa minha estreia por aqui, decidi falar sobre situações que se repetem na vida das pessoas e as possíveis mensagens que o inconsciente quer nos entregar a partir desses padrões.

Mas antes vou fazer uma breve apresentação: meu nome é Larissa, tenho 29 anos e sou analista corporal certificada pelo O Corpo Explica. Além disso, no final de 2021, ingressei na Formação em Psicanálise Clínica pela Escola de Psicanálise de Curitiba. Desde então, tenho estudado e aplicado na minha vida tudo o que tenho aprendido nesse percurso. E é desses temas que vou tratar nesse espaço.

Para começo de conversa, você precisa saber que existem dois grandes grupos de situações repetitivas. O primeiro está relacionado aos nossos recursos emocionais e dizem respeito aos padrões que se repetem e são benéficos, já que trazem satisfação, bem-estar e prazer. O segundo grupo, relacionado às nossas dores emocionais, envolve aquelas situações que nos causam sofrimento, impedindo que avancemos em alguma área da vida.

Nesse sentido, é importante saber que todos nós temos cinco dores e recursos emocionais registrados no nosso sistema nervoso desde a infância. As dores são as da rejeição, do abandono, da manipulação, da humilhação e da traição. Já os recursos são os da criatividade, da comunicação, da negociação, da consolidação e da execução. Em cada pessoa, essas dores e esses recursos são distribuídos em diferentes proporções. Por isso, uma pessoa pode ser mais comunicativa e executora enquanto a outra é mais estratégica e racional. E é também por isso que nós sempre agimos, inconscientemente, ou no modo dor ou no modo recurso em todas as áreas da nossa vida. Dessa forma, quando uma situação ruim se repete constantemente na vida de alguém, isso demonstra que ela está funcionando no modo dor da sua personalidade. 

Um exemplo disso é o tal do “dedo podre”. Sabe aquela pessoa que sempre se envolve com o mesmo tipo de parceiro, em relacionamentos amorosos superficiais, tóxicos e até mesmo abusivos? Geralmente a pessoa não entende porque ela não consegue se envolver com alguém que proporcione um relacionamento saudável. Aliás, ela sente que, de alguma forma, até afasta os pretendentes legais.

O que essa repetição de padrões de relacionamentos ruins demonstra é que alguma necessidade emocional não está sendo suprida, e, por esse motivo, a pessoa acaba fazendo escolhas prejudiciais para sua vida. Afinal, ela só sabe agir conforme se moldou o seu mundo emocional desde a infância: na dor ou no recurso.

Portanto, para sair desses padrões de sofrimento e ter verdadeiro controle sobre as suas escolhas é preciso, acima de tudo, buscar autoconhecimento e, assim, entender com profundidade quais são as dores, os medos e necessidades emocionais que têm guiado a sua vida. A partir daí é possível controlar as suas escolhas, optando por aquelas mais saudáveis, que mantenham você “operando” no modo recurso da sua personalidade. 

Por fim, cabe aqui um lembrete para reflexão: “Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamá-lo de destino.” (Carl Jung, fundador da psicologia analítica)

Um grande abraço e até o próximo artigo!

 

*Larissa Teixeira é  analista corporal e comportamental certificada pelo método ‘O Corpo Explica’. Além disso, faz parte da turma de Psicanálise Clínica na Escola de Psicanálise de Curitiba. Desde 2016, também é formada em Comunicação Social pela PUC Minas. A profissional é conveniada ao SINJUS-MG.

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