GESTÃO JOSÉ ARTHUR DEIXA LEGADO DE CONTRADIÇÕES E DESVALORIZAÇÃO DO SERVIDOR
segunda-feira, 01/07/24 16:25A gestão do presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador José Arthur Filho, termina nesta segunda-feira, 1º de julho, deixando um rastro de insatisfação entre os servidores. Durante seu mandato, o presidente descumpriu uma série de acordos firmados com os sindicatos, comprometendo os direitos da categoria. Essa gestão vai ficar marcada pela desvalorização dos servidores, mas também por contradições gritantes que não podem ser ignoradas.
Uma delas está relacionada à produtividade. No mês passado, o Tribunal firmou um contrato para a subscrição de licenças da ferramenta de colaboração Google Workspace. O presidente destacou a iniciativa como um marco na modernização do Tribunal, visando a uma comunicação mais eficiente, segura e integrada. É importante destacar que, em fevereiro deste ano, o próprio TJ exaltou a alta produtividade alcançada: de janeiro a outubro de 2023, o órgão alcançou 101,15% no índice global da Meta 1 estipulada pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), com julgamento de 1.304.482 processos contra 1.289.604 novos processos distribuídos.
“Desde o início da gestão, o presidente do TJMG tem exigido alta produtividade. Os números demonstram claramente a dedicação e a eficiência dos servidores. No entanto, esses esforços não têm sido valorizados. Não adianta investir em ferramentas e tecnologia se o servidor, que é quem efetivamente produz, não é respeitado. Essa discrepância entre exigências e reconhecimento é uma marca da gestão que se encerra e que não vai deixar saudades”, afirma o coordenador-geral do SINJUS-MG, Alexandre Pires.
Na contramão
Outra contradição evidente e que também não deixará saudades é o discurso de investimento em tecnologia enquanto é mantido uma postura retrógrada em relação ao teletrabalho. Em um mundo onde o trabalho remoto tem se mostrado uma tendência eficaz para aumentar a produtividade e oferecer flexibilidade, a 1ª vice-presidência do TJMG permaneceu resistente a essa prática durante toda a gestão. A adoção das novas ferramentas deveria facilitar o teletrabalho, mas a insistência em manter limitações sem justificativa plausível foi observada até o último momento.
“Essa postura vai na contramão de uma modernização real. O teletrabalho não apenas aumenta a produtividade, mas também oferece uma melhor qualidade de vida aos servidores. A resistência a essa mudança necessária revela uma mentalidade arcaica e uma falta de comprometimento com a verdadeira inovação tecnológica e operacional”, aponta o diretor de Assuntos Jurídicos do Sindicato, Felipe Rodrigues.
Nesta segunda-feira, 1º de julho, o presidente eleito, desembargador Luiz Carlos Corrêa Junior, toma posse, assim como os demais membros da diretoria do TJMG. Os servidores esperam que a nova gestão tenha mais compromisso com as reivindicações e com os direitos da categoria.
“A nova Administração deve não apenas valorizar os esforços da categoria, mas também pensar em uma verdadeira modernização tecnológica, ampliando o teletrabalho para todos. Somente assim será possível alcançar um ambiente de trabalho mais justo, eficiente e alinhado com as necessidades do presente e do futuro”, pontua Alexandre.
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