CINEFEM REFLETE SOBRE A RESISTÊNCIA FEMININA EM TEMPOS DE OPRESSÃO
sexta-feira, 21/02/25 18:27
O Núcleo das Mulheres (NM) do SINJUS-MG se reuniu para mais uma edição do CineFem, na noite desta quinta-feira, 20 de fevereiro. Em um diálogo aberto sobre as nuances do filme “Ainda Estou Aqui”, as integrantes debateram a invisibilização das mulheres durante a ditadura civil-militar brasileira e a necessidade de preservar a memória histórica dos acontecimentos deste período.
Durante o encontro, a jornalista e crítica de cinema Kel Gomes e o doutor em Cinema e idealizador do projeto Cinema + Piano, Anderson Ribeiro, guiaram as participantes em uma análise do enredo do filme. A discussão explorou as nuances cinematográficas que ampliam o impacto emocional da obra, como o uso simbólico da fotografia, as transformações no design de som e a trilha sonora.
A coordenadora do NM e diretora administrativa do SINJUS, Adriana Teodoro, destacou a relevância do filme para a construção de um debate consciente.
“O cinema tem o poder de ampliar nossa compreensão do mundo. ‘Ainda Estou Aqui’ não é apenas um relato do passado, é também um chamado à consciência coletiva, um convite à reflexão e um lembrete poderoso de que momentos como o regime militar precisam ser lembrados para que não se repitam”, afirmou.
O longa-metragem revisita a trajetória de Eunice Facciolla Paiva, que teve sua vida transformada após a prisão e o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, durante o regime militar. A partir da ruptura familiar, a trama se desenrola em um processo de mudança profunda, evidenciado pelos elementos visuais e musicais que marcam a transição da alegria para a angústia trazida pelo peso da opressão.
Segundo os mediadores, a narrativa criada pelo diretor Walter Salles utiliza os acontecimentos vividos pela família Paiva para expor o medo e a insegurança vividos pelos brasileiros que questionavam o governo militar. Dessa forma, o filme se torna um convite para relembrar as repressões, as prisões e os desaparecimentos que ocorreram no país durante os 21 anos de ditadura.
“Eunice, como tantas outras mulheres, sofreu com as tentativas de silenciamento da sua voz. A ditadura civil-militar foi um período sombrio para as brasileiras que tiveram seus direitos negados e viram companheiros e filhos desaparecerem sem qualquer dignidade. Discutir essa realidade é essencial para construir um futuro mais justo, e o CineFem proporciona esse espaço de reflexão”, afirmou a coordenadora do NM e diretora de Aposentados e Pensionistas do SINJUS, Janaina Torres.
A noite contou também com a participação especial do pianista Ighor Bastos, que trouxe uma seleção de músicas do filme, tocadas no piano, intensificando a imersão sensorial das participantes e reforçando o impacto emocional da obra.
O CineFem é uma iniciativa que busca promover o debate e a reflexão sobre temas sociais e políticos por meio do cinema, proporcionando um espaço de troca e aprendizado para as servidoras do TJMG e do TJMMG. A cada edição, um filme é escolhido para estimular discussões que ampliam o olhar sobre questões essenciais para a sociedade. Fique atenta às mídias sociais do SINJUS e participe do próximo encontro!