GUERREIRAS

AGOSTO É UM MÊS MARCADO POR MULHERES DE LUTA E FIBRA

quarta-feira, 12/08/20 18:54

Foto da Marcha das Margaridas de 2019, antes da pandemia

Apesar de travarem duras batalhas todos os dias, todos os meses, todos anos e durante toda a história, o mês de agosto reúne importantes marcos da luta das mulheres por igualdade, dignidade e liberdade. Nesta quarta-feira, dia 12 de agosto, o destaque é a comemoração dos 20 anos da Marcha das Margaridas, que rememora o assassinato da líder sindical Margarida Maria Alves, em 1983.

Margarida foi ativa e doou sua vida para denunciar abusos e violações dos direitos das trabalhadoras e trabalhadores rurais cometidos por fazendeiros e usineiros na Paraíba. Em 2019, a Marcha das Margaridas reuniu, nas ruas de Brasília, cerca de 100 mil mulheres da agricultura familiar que lutavam contra os retrocessos e em defesa dos direitos. Neste ano, devido à pandemia do novo coronavírus (Covid-19) o ato foi virtual. Clique aqui e assista à transmissão veiculada no YouTube.

No âmbito dos direitos políticos, em agosto de 1894, nascia a bióloga Bertha Lutz, filha de Adolfo Lutz. Após estudar na França, retornou ao País e organizou o movimento sufragista no Brasil, criando também a Liga para a Emancipação Intelectual da Mulher. Seus esforços foram importantes para que as mulheres pudessem conquistar a igualdade em direitos políticos e o direito a voto nos anos 1920 e 1930.

Em 1936, após ser suplente, Bertha Lutz assumiu mandato como deputada federal e foi fundamental para a evolução das leis pelos direitos das mulheres e crianças, contribuindo para a instituição da licença-maternidade e para a redução da jornada de trabalho, que na época era de 13 horas diárias.

Já na área penal, no último dia 7 de agosto, a Lei Maria da Penha completou 14 anos. O nome é em homenagem à farmacêutica que não mediu esforços até ver o seu agressor ser condenado pela Justiça brasileira. Com a nova legislação, milhões de mulheres conseguiram amparo legal contra as violências praticadas por companheiros e homens do seu convívio social.

Contudo, as estatísticas mostram que essa luta está longe de terminar. Segundo dados da Secretaria de Justiça e Segurança Pública de Minas Gerais, no estado, de janeiro a junho deste ano, foram registrados 69.906 casos de violência doméstica e familiar contra a mulher. No mesmo período, foram notificadas 107 tentativas de assassinato e 57 feminicídios consumados.

Denuncie

Infelizmente, a realidade da violência contra a mulher é ainda mais grave do que mostram as estatísticas, pois, em muitos dos casos, as vítimas não procuram os órgãos de proteção para denunciar seus agressores, pelos mais variados motivos. “Por isso, somos taxativas: denunciem! Se você é vítima ou conhece alguém que seja, não fique calado, ligue 180”, afirma a diretora administrativa e coordenadora do Núcleo da Mulher do SINJUS-MG, Cristiane Sampaio.

A Central de Atendimento à Mulher (Ligue 180) funciona 24 horas por dia e a ligação é gratuita. Além desse canal, em todo o estado, as delegacias de proteção à família continuam funcionando durante a pandemia. Em Belo Horizonte, os números da delegacia especializada são: (31) 3330-5752 e 3330-5715.

Com informações de Contag, Agência Brasil e Governo de Minas

 

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