NM debate maternidade e desigualdades sociais e trabalhistas em sessão de Cinema e Piano
sexta-feira, 27/09/24 19:24Reforçando o compromisso com o empoderamento cultural das filiadas, o Núcleo das Mulheres (NM) do SINJUS-MG realizou uma edição especial do CineFem na última quinta-feira, 26 de setembro. Reunidas na Casa Híbrido, as participantes do NM discutiram o filme nacional “Que Horas Ela Volta?”, acompanhadas por uma trilha sonora ao piano que remeteu às emoções do longa.
O filme narra a história de Val (Regina Casé), uma empregada doméstica nordestina que se muda para São Paulo em busca de uma vida melhor. Trabalhando para uma típica família de classe média, Val é tratada como “da família”, mas enfrenta barreiras invisíveis: não pode comer na mesma mesa, dormir em um quarto mais confortável, nem usufruir da piscina como os outros integrantes da casa.
Tudo muda com a chegada de sua filha, Jéssica (Camila Márdila), que permaneceu em Recife por mais de 10 anos. A jovem vai para São Paulo para prestar vestibular e traz consigo uma visão crítica e questionadora. Sua postura desafia as dinâmicas desiguais entre a família e os funcionários da casa, provocando reflexões sobre hierarquia, privilégios e as transformações necessárias para romper com essas estruturas sociais.
O longa aborda com sensibilidade as pequenas violências cotidianas enfrentadas por Val e seus colegas de trabalho, que são sutilmente inferiorizados pela família para a qual trabalham.
“Esse filme consegue, com muita sutileza, evidenciar as microagressões tão normalizadas nas relações entre patrões e empregados. Foi por isso que nos reunimos hoje, para debater o impacto dessas situações e refletir sobre como elas se reproduzem em nossas realidades e como podemos fortalecer nosso compromisso com a transformação social e o empoderamento das mulheres”, afirmou a coordenadora do NM e diretora de Aposentados e Pensionistas do SINJUS, Janaína Torres.
O debate foi mediado pela jornalista e crítica de cinema, Kel Gomes e pelo doutor em Cinema e idealizador do projeto Cinema + Piano, Anderson Ribeiro, que guiaram as participantes em uma análise do enredo e dos elementos narrativos do filme. Os mediadores destacaram a forma como a narrativa intimista e realista constrói uma conexão emocional entre o público e os personagens, fazendo com que os espectadores se sintam imersos nas cenas. Esse realismo permite que os comportamentos dos personagens sejam facilmente reconhecidos em situações e pessoas do cotidiano, o que gerou reflexões significativas durante a discussão.
A filiada Fabiola Sandra Ferreira Marcelina, lotada na 20ª CACIV, compartilhou um pouco da sua trajetória pessoal com as demais participantes e refletiu sobre a importância do estudo como ferramenta de ascensão social e da mulher – temática explorada no filme.
“O filme me fez refletir muito sobre a minha trajetória no TJMG. Foi o estudo que me permitiu chegar onde estou hoje e ter orgulho da pessoa que me tornei. Discussões como essa do CineFem são fundamentais para que as mulheres se sintam representadas e enxerguem exemplos de que é possível continuar lutando, alcançando tanto o crescimento pessoal quanto profissional”, afirmou a filiada.
O encontro também contou com a participação especial do pianista Ighor Bastos, que trouxe mais emoção à experiência ao tocar ao vivo a trilha sonora do filme. A música ao piano ajudou a criar um ambiente imersivo, intensificando as reflexões sobre os temas abordados.
A sessão do CineFem reafirmou a importância de discutir obras que expõem as desigualdades sociais e as violências que muitas mulheres enfrentam, ampliando o olhar crítico das filiadas e fortalecendo o compromisso do NM com a transformação social.
“O CineFem é muito mais do que simplesmente assistir a um filme juntas. Ele cria um espaço de diálogo e reflexão, onde nós, mulheres, podemos nos conectar, compartilhar nossas vivências e expandir nosso olhar crítico sobre temas que nos afetam diretamente. Essas discussões nos permitem enxergar nossas lutas, reconhecer nossas conquistas e inspirar umas às outras para seguir transformando a sociedade”, concluiu a coordenadora do NM e diretora Administrativa do SINJUS, Adriana Teodoro.
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