BASE GOVERNISTA FICA ACUADA E SESSÕES SOBRE O RRF SÃO ENCERRADAS POR FALTA DE QUÓRUM
quinta-feira, 07/12/23 19:20Em um dia de grande mobilização, a pressão dos servidores presentes nas galerias e as articulações em Brasília do presidente do Congresso Nacional, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), reverberaram na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), fazendo com que os deputados da base do governador Romeu Zema (Novo) ficassem acuados. Assim, sem votos para forçar a aprovação dos projetos do Regime de Recuperação Fiscal (RRF), os aliados do governo fugiram da sessão, forçando o encerramento por falta de quórum. Entretanto, os servidores não podem baixar a guarda, pois os projetos voltam à pauta do Plenário na próxima segunda-feira, dia 11 de dezembro, a partir das 10h.
Durante a tramitação do Projeto de Lei 1.202/2019 (PL do RRF) e do Projeto de Lei Complementar 38/2023 (PLC do Teto de Gastos), os deputados governistas tentaram tratorar as apreciações dos projetos nas comissões. Contudo, ao chegar no Plenário, o jogo virou. Apesar de o governador ter maioria na ALMG, boa parte da sua base está desconfortável em ter que votar a favor dos projetos, principalmente depois que Rodrigo Pacheco apresentou uma proposta alternativa ao presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, que ataca o problema do endividamento de Minas sem destruir o serviço público.
“Hoje foi um dia que o servidor mostrou sua força. Os aliados do Zema fugiram da reunião porque sabiam que haveria dissidências e que a derrota era certa. Esse desconforto em muitos parlamentares é resultado da pressão dos servidores ao longo dos últimos meses. É importante destacar também que foi essa mesma pressão que forçou os outros agentes políticos em Brasília a se movimentarem em busca de uma alternativa de fato viável para o estado, para o serviço público e para a população mineira”, ressalta o coordenador-geral do SINJUS, Alexandre Pires.
Pacheco negocia prorrogação de prazo com Haddad
O revés de Romeu Zema na ALMG também foi resultado dos novos desdobramentos em Brasília. Enquanto o governador do partido Novo foca os seus esforços em apenas aprovar o Regime de Recuperação Fiscal com as danosas contrapartidas, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, e o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniram na manhã desta quinta-feira e fecharam um acordo para solicitar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a extensão do período de suspensão dos pagamentos da dívida de Minas Gerais com a União até 31 de março de 2024. O prazo atual termina no próximo dia 20 de dezembro.
Logo após a reunião, o ministro Haddad destacou a iniciativa de Pacheco em buscar alternativas diante da inércia do governador Zema. “Inexplicavelmente, o Zema, ao invés de se aliar ao presidente Pacheco para resolver o problema, o ataca nas redes sociais e na imprensa. Alguém que foi o único mineiro com autoridade a tomar providências em relação a isso. Então, na minha opinião, o governador Zema não ajuda com esse tipo de conduta”, declarou.
Pacheco se reúne com ministro do STF
Já na parte da tarde, foi a vez de o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco, se reunir com o ministro do STF Kassio Nunes Marques, que é relator da ação protocolada por Minas e que pede mais 120 dias para execução da dívida de R$ 160 bilhões. O objetivo foi levar ao conhecimento do magistrado o acordo fechado horas antes com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
“Tratamos da prorrogação do prazo para o início do pagamento da dívida de Minas com a União. Fomos muito bem atendidos pelo ministro, que compreendeu os aspectos jurídicos e haverá de tomar uma decisão oportunamente”, afirmou Pacheco em suas redes sociais.
Presidente da ALMG promete suspender discussão do RRF
Ainda no início da manhã, antes de abrir a primeira sessão do Plenário em que o PL do RRF e o PLC do Teto de Gastos estavam na pauta, o presidente da ALMG, Tadeu Leite, concedeu entrevista coletiva à imprensa na qual afirmou que suspenderia a discussão dos projetos caso o STF venha a prorrogar o prazo para a retomada do pagamento da dívida. “Se, porventura, tivermos uma resposta (do STF) postergando o prazo, no mesmo dia ou no dia seguinte, o projeto da Recuperação Fiscal aqui no estado fica suspenso até conseguirmos construir, ou não, essa nova alternativa”. Clique aqui e veja a entrevista que foi transmitida ao vivo no Instagram do SINJUS.
“Nesta quinta-feira, conseguimos uma importante vitória na luta contra o RRF. Ocupamos as galerias da Assembleia e fizemos ecoar as vozes dos servidores. Agora, com as sinalizações positivas que estão vindo de Brasília, esperamos por uma decisão do STF nos próximos dias e que o presidente da ALMG, Tadeu Leite, cumpra a promessa de retirar os projetos da pauta. De todo modo, precisamos ficar vigilantes. Portanto, na segunda-feira, dia 11 de dezembro, a partir das 10h, vamos lotar a Assembleia novamente e impedir a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal”, complementa o diretor de Assuntos Jurídicos do SINJUS, Felipe Rodrigues.
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Com informações de Agência Brasil, Itatiaia e Valor Econômico