#REVOGAA17

SERVIDORES VOLTAM AO TJMG PARA DEFENDER O TELETRABALHO

terça-feira, 28/02/23 20:15 Em perspectiva estão servidores portando diversos cartazes, contendo palavras de ordem em protesto a favor do Teletrabalho no TJMG.

Diante da intransigência do 1º vice-presidente do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), desembargador Alberto Vilas Boas, servidoras e servidores voltaram ao hall do edifício-sede para defender o teletrabalho nesta terça-feira, dia 28 de fevereiro. Segurando faixas e cartazes cobrando a revogação da Portaria n. 17/2023, a categoria está disposta a seguir protestando a cada sessão do Órgão Especial até que as regras mais rígidas para as áreas da Superintendência Judiciária (Sejud) sejam revistas.

Durante o ato, o coordenador-geral do SINJUS-MG, Alexandre Pires, reforçou a forma arbitrária com que a Portaria n. 17/2023 foi editada, sem considerar a realidade de cada setor nem mesmo das equipes de servidores. O dirigente destacou ainda que houve inúmeras tentativas de diálogo, mas que a 1ª Vice-Presidência está inflexível.

“O SINJUS vai continuar lutando pelo teletrabalho. Vamos levar novamente essa questão para a Presidência do Tribunal na próxima reunião da Mesa de Negociações e também preparamos um documento completo que está sendo levado ao conhecimento dos desembargadores e detalha os dados que atestam a eficiência desse modelo de trabalho”, afirmou Alexandre Pires.

O sindicalista informou ainda que uma nova frente de batalha foi iniciada no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) com o SINJUS protocolando três procedimentos de controle administrativo (PCAs) que buscam garantir a possibilidade de teletrabalho integral a gestantes, lactantes e pessoas com deficiência, necessidades especiais ou doenças graves ou que tenham filhos e dependentes nessas condições.

O diretor de Finanças do SINJUS, Felipe Rodrigues, também é enfático ao afirmar que o Sindicato irá buscar todos os meios para conseguir avançar nessa luta.

“Nós precisamos resistir, pois a Portaria n. 17 é um retrocesso que tira a autonomia até mesmo das chefias e das Presidências de Câmara. Vamos insistir a cada sessão do Órgão Especial até essa Portaria ser revogada”, registrou.

Insatisfação dos servidores cresce com a falta de diálogo

À medida que a 1ª Vice-Presidência do TJMG insiste em impor a Portaria n. 17/2023, cresce a insatisfação entre os servidores impactados. Isso porque a medida criou uma diferença entre servidores de outros setores e, na prática, ela está se mostrando um verdadeiro retrocesso à produtividade e à qualidade de vida.

Elizabete Batista de Bastos Costa, lotada no Cartório da 7ª Câmara Cível, fez questão de participar do protesto desta terça-feira. “Achei o ato excelente. Temos que fazer bastante barulho e chamar a atenção dos desembargadores para que, mesmo enquanto estão lá dentro do Órgão Especial, eles lembrem que a gente está aqui lutando pela revogação dessa Portaria que só prejudicou o servidor”, afirmou.

A servidora tem dois filhos pequenos e sua mãe tem Alzheimer. Quando passou a trabalhar remotamente, Elizabete fez investimentos em seu escritório que contava com duas telas, cadeira adequada, tudo para desempenhar suas atribuições com eficiência.

“Estou tendo de aguardar até para ver o que eu vou fazer da minha vida, porque, dependendo do que acontecer, terei que me mudar. Está ficando inviável para mim. Eu tenho que deixar meus filhos na escola e dirigir uma hora até o TJ. Muitas vezes, saio tarde do trabalho e, ao chegar em casa, ainda tenho de atender as demandas da minha família”, completou.

Além do maior desperdício de tempo no trânsito e do desgaste, uma queixa comum dos servidores que tiveram de retornar de forma repentina ao trabalho presencial é a falta de estrutura para trabalhar. A falta de suporte, de computadores e de material está provocando até revezamentos nos equipamentos diante do maior contingente de servidores.

O servidor Leandro Trigueiro, lotado no 3º Carot, disse que recebeu a Portaria n. 17 com perplexidade, pois a experiência do teletrabalho integral em seu setor durante a pandemia mostrou que a produtividade aumentou de forma significativa. Por isso, ele considera a exigência de trabalhar no mínimo três vezes por semana presencialmente um contrassenso, pois o deslocamento já traz certo cansaço e a dinâmica do próprio ambiente de trabalho muitas vezes impõe limitações. “Pessoalmente, estou enfrentando dificuldades de manter a mesma produtividade que eu tinha quando estava em teletrabalho integral”, relata.

O SINJUS seguirá firme nessa luta pelo teletrabalho no Judiciário mineiro e contra a Portaria n. 17. Essa questão também será tratada com a Administração do TJMG na reunião da Mesa de Negociação, prevista para ocorrer nesta quarta-feira.

Paralelamente, o Sindicato continuará, juntamente com a Fenajud, batalhando no CNJ para o que modelo de teletrabalho no Judiciário brasileiro seja ampliado e aprimorado. Acompanhe as nossas mídias e fique atento às próximas convocatórias.

SINDICATO É PRA LUTAR!

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