CONGRESSO DA FENAJUD REFORÇA IMPORTÂNCIA DE LIDERANÇAS FEMININAS
segunda-feira, 13/12/21 19:01As discussões em torno da necessidade de se fomentar o desenvolvimento de lideranças femininas no sindicalismo brasileiro foram destaque durante o 12º Congresso Nacional dos Servidores do Judiciário (Conseju), realizado pela Federação Nacional dos Trabalhadores do Judiciário nos Estados (Fenajud). O SINJUS-MG participou ativamente dos debates e pôde contribuir com as experiências acumuladas a partir da criação do seu Núcleo das Mulheres, uma iniciativa voltada para atuar em pautas específicas das servidoras do Judiciário mineiro.
O Conseju aconteceu de 8 a 10 de dezembro na cidade de Fortaleza (CE) e reuniu dirigentes sindicais do Judiciário brasileiro para discutir problemas sociais e também lutas em comum (clique aqui e saiba mais). Nas discussões durante o evento, as dirigentes sindicais tiveram voz e mostraram que ainda há muitas batalhas pela frente até que as velhas heranças do patriarcado sejam derrubadas.
Foram vários os relatos de barreiras que precisam ser superadas diariamente por mulheres que estão nas diretorias de entidades sindicais em todo o País e que contribuem para a melhora do Judiciário, lutando por mais igualdade de gênero e oportunidades nos diversos espaços políticos da sociedade brasileira.
“Nos últimos anos, as mulheres estão conseguindo ocupar os espaços diretivos. Isso é natural, pois, na maioria dos estados, as servidoras são maioria nos tribunais de Justiça. Por isso, nesse congresso da Fenajud, começamos a trabalhar em uma união nacional para que possamos ter cada vez mais participação feminina nos sindicatos”, ressalta a diretora administrativa do SINJUS e coordenadora do Núcleo das Mulheres, Cristiane Sampaio.
Luta por respeito e igualdade de gênero nos sindicatos
Um dos grupos de trabalho no Conseju teve como tema: Democracia, Justiça e Feminismo. Um dos objetivos foi justamente trabalhar o real conceito de feminismo, que muitas vezes é erroneamente colocado como oposto de machismo. De forma bem direta, feminismo é o movimento social que luta contra a violência de gênero e pela igualdade de direitos e de oportunidades das mulheres.
No painel “Opressões de Gênero e seus Atravessamentos no Movimento Sindical”, conduzido pela professora e doutora da Universidade Federal do Ceará (UFC), Lola Aronovich, e pela pedagoga e secretária Nacional de Mulheres da Confetam/CUT, Maria Ozaneide de Paulo, foram ressaltados os obstáculos encontrados nas bases para que mulheres possam assumir cargos de chefia e de direção nas entidades sindicais.
De acordo com Lola Aronovich, o machismo é uma “praga na humanidade”. Para a especialista, é preciso reescrever a história sob a ótica das mulheres, pois “há um apagamento que é feito ao longo da história” acerca da participação das mulheres nos fatos históricos e avanços da humanidade. Ainda segundo Lola, ser mãe e ser decorativa são as funções que a sociedade ainda impõe às mulheres.
Para a dirigente do SINJUS Cristiane Sampaio, ficou claro nas palestras e nos relatos das companheiras que as bases da categoria ainda são muito conservadoras e carregam heranças contaminadas pelo machismo.
“Há, nesse ambiente, uma dificuldade de união e mobilização entre as próprias mulheres. Por isso, reforçamos o convite para que as servidoras façam parte do Núcleo das Mulheres do SINJUS e nos ajudem a colocar a pauta da igualdade de gênero mais presente nas discussões e nas lutas nacionais”, reforça Cristiane Sampaio.
Um exemplo claro dessa luta árdua foi relatado pela diretora-presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Poder Judiciário do Estado de Rondônia (Sinjur), Gislaine Caldeira. A dirigente venceu uma eleição disputada por quatro chapas, a grande parte formada por homens, com uma campanha marcada por ataques preconceituosos.
Outro ponto evidenciado no Conseju foi a contribuição das esposas de homens sindicalistas, que oferecem grande suporte para que os seus companheiros possam lutar pelos interesses de suas categorias e dos trabalhadores de forma geral.
“Foi um evento muito importante, que ajuda a dar visibilidade à contribuição das mulheres ao sindicalismo brasileiro. Contudo, os espaços de fala ainda são poucos e as barreiras ainda são muitas. Por isso, precisamos aumentar essa participação feminina nos sindicatos”, complementa a diretora de Assuntos Sociais, Culturais e de Saúde do SINJUS, Adriana Teodoro.
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O Núcleo das Mulheres SINJUS é um instrumento de luta que busca promover conhecimento, empoderamento e maior representatividade feminina entre as servidoras do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG).
Esse também é um espaço é dedicado a fortalecer as demandas trabalhistas das mulheres e a apoiar moral, emocional e juridicamente as filiadas do SINJUS. Se você ainda não é integrante, clique aqui e faça parte do Núcleo das Mulheres!
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Com informações da Fenajud