ESPECIAL “ACORDA, SERVIDOR”

A TÁTICA INFALÍVEL DOS GOVERNANTES

quarta-feira, 27/10/21 14:20 Charge com um homem com camisa estrita “servidor público” sendo assustado por outro homem vestindo boné com a aba para o lado, terno verde e camisa amarela escrita “PECs 57 e 32. Este segundo homem diz a seguinte frase para o primeiro: "Ráááááááááááá. Peczinha do Malandro, Glu, Glu, Ié, iééééé!".

O Brasil está em crise. Cerca de 17 milhões de famílias estão passando fome. No total, 13,7 milhões de pessoas estão desempregadas no País. O que elas mais precisam agora é do apoio de políticas públicas e dos serviços públicos para ter acesso a Saúde, Educação, Segurança e Justiça, e oferecer tudo isso é uma obrigação do Poder Público, em qualquer esfera. O problema é que os nossos governantes têm atrelado essa pauta tão importante aos cortes no funcionalismo, em uma estratégia para avançar em temas do próprio interesse, como a retirada de direitos dos servidores públicos. Infelizmente, os cientistas políticos parecem ter razão ao afirmar que o Brasil está passando por uma desdemocratização.

Direto de Brasília, a equipe econômica do governo federal não aponta outra saída para o lançamento do Auxílio Brasil – o programa social conhecido como Bolsa Família – a não ser furar o teto de gastos e aprovar a Reforma Administrativa. O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse esta semana que a PEC 32 traria fôlego para os cofres públicos nos próximos dez anos. “Se fizermos uma Reforma Administrativa que nos dê R$ 300 bilhões, não há problema darmos R$ 30 bilhões para os mais vulneráveis.”

Já em Minas Gerais, o discurso é bem parecido. O governador Romeu Zema também condiciona a garantia de manutenção dos serviços básicos para a população à adesão ao Regime de Recuperação Fiscal (RRF) da União, que nada mais é do que a PEC 32 mineira. No início do mês, foi protocolado na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) um pedido de urgência para a tramitação do projeto que autoriza a adesão. A justificativa é que o pagamento da dívida está paralisado por conta de uma liminar, que pode cair se o Estado não aderir ao RRF. “A iminência da queda da liminar coloca o Estado sob o risco de insolvência fiscal, uma vez que, caso isso ocorra, o Executivo Estadual teria que desembolsar R$ 26 bilhões em um único pagamento. Essa situação comprometeria inclusive a manutenção da prestação de serviços de Saúde, Educação e Segurança”, alega o governador.

Outro projeto de interesse do governo mineiro é a PEC 57/2020, a Reforma Administrativa estadual, que também já tramita na ALMG. “Em Minas temos conseguido grandes avanços, mas são as reformas estruturais que vão efetivamente corrigir o problema fiscal. Hoje, a receita sobe de escada e as despesas, de elevador. Já avançamos com a Reforma da Previdência, mas precisamos de uma Reforma Administrativa e uma Reforma Tributária, que simplifique a vida de quem trabalha, de quem empreende e gera empregos”, continua o governador.

A PEC 57 prevê a extinção de férias-prêmio, ADEs, quinquênios, trintenários, entre outros direitos dos servidores, representando mais um ataque ao funcionalismo público. Segundo o secretário de Fazenda, Gustavo Barbosa, “é preciso que a sociedade brasileira enxergue que é errado gastar mais do que se arrecada e cobre dos governantes esse equilíbrio. É necessário que haja um entendimento que o desequilíbrio das contas públicas é um prejuízo para toda a população”.

Toda essa argumentação construída pelos governos não passa de uma falácia que parece até pegadinha de tão absurda. Tais teorias já foram repetidamente desbancadas em audiências públicas e outros encontros sociais da esfera pública. Para além das teorias, temos o caso prático da adesão ao RRF pelo Rio de Janeiro, que, de tão fracassado, não se repetiu em outro estado.

A tática dos governantes para esconder a má gestão dos recursos públicos tem sido a mesma nos últimos anos e tem todo um passo a passo: lamentar o desequilíbrio fiscal, culpar os servidores, tentar convencer a população de que a solução é cortar os direitos dos “privilegiados” e, por fim, jogar a conta para as categorias. Uma receita infalível. Infalível para piorar os serviços públicos.

“As medidas impostas pelas PECs 57, 32 e pelo RRF vão aprofundar o caos social que o Brasil enfrenta agora. São propostas que atacam diretamente a população. A precarização dos serviços públicos prejudica cada um de nós que precisa de Saúde, Educação e de direitos básicos. O risco é ainda maior para as camadas mais pobres”, esclarece o coordenador-geral do SINJUS, Alexandre Pires.

“Ao privilegiar o pagamento da dívida pública em detrimento de serviços essenciais, o governo está literalmente retirando dos pobres para dar aos mais ricos. É necessário reduzir os gastos públicos sem prejudicar os servidores e a população. E tem jeito!”, garante o diretor de Assuntos Jurídicos do SINJUS, Wagner Ferreira.

A resposta a esses ataques não pode ser outra que não a luta. Uma luta diária e incessante deve e precisa vir de todos, sejam os servidores, sejam os cidadãos!

Notícias relacionadas

#ImagemAcessível: Charge com dois quadros. No primeiro, observa-se um casal na cama. Ao lado em cima de um móvel está um celular tocando o alarme com a seguinte frase: "NÃO À PEC 32. NÃO À REFORMA ADMINISTRATIVA". A mulher parece estranhar a situação. No segundo quadro, o homem explica: "É O NOVO SOM DO ALARME PRA GENTE ACORDAR".
ESPECIAL “ACORDA, SERVIDOR” OS PARASITAS QUE ESTÃO SALVANDO O BRASIL terça-feira, 26/10/21 15:10 A justificativa do governo federal para defender a Reforma Administrativa é toda construída em cima de inverdades. Uma delas é que os servidores públicos recebem supersalários, ou seja, vencimentos mais altos do que o limite constitucional. Um levantamento realizado ... leia mais
ESPECIAL “ACORDA, SERVIDOR” OS SERVIDORES PÚBLICOS E SUAS CONTAS OFFSHORE segunda-feira, 25/10/21 10:46 Nos últimos anos, os servidores públicos viraram alvo da política econômica adotada pelo governo federal. Segundo o Ministério da Economia, para conter a crise é preciso acabar com o que custa mais caro aos cofres públicos: os privilégios das ... leia mais

Últimas notícias

ver mais
CONFRATERNIZAÇÃO NAP e NPD VÃO CELEBRAR MAIS UM ANO DE CONQUISTAS  quinta-feira, 21/11/24 13:29 O fim de ano se aproxima, e com ele chega o momento de celebração! ...
A imagem mostra uma reunião em andamento em um ambiente corporativo. Ao redor de uma mesa estão cinco pessoas, sendo uma delas uma mulher branca em uma cadeira de rodas, que parece estar liderando a conversa, gesticulando enquanto fala. Os demais participantes prestam atenção ou interagem com ela, com expressões sérias e interessadas. No fundo, há móveis modernos e plantas decorativas, conferindo um ar profissional e acolhedor ao espaço. OFÍCIO 49/2024 SINJUS REQUER REPRESENTATIVIDADE EM COMISSÃO DE ACESSIBILIDADE E INCLUSÃO DO TJMG terça-feira, 19/11/24 16:44 Em defesa dos interesses dos servidores com deficiência do Judiciário mineiro, nesta segunda-feira, 18 ...
A imagem mostra um grupo de pessoas em uma sala de aula ou reunião, onde o NAP discute os benefícios da atividade física para pessoas com mais de 50 anos. Vários participantes estão sentados, atentos, enquanto um palestrante com microfone apresenta o conteúdo, todos engajados e interessados no tema. Em uma imagem adicional, vemos um grupo de pessoas, incluindo instrutores e participantes, posando sorridentes. VIDA PLENA NAP DISCUTE OS BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA NA FASE 50+ terça-feira, 12/11/24 15:15 O Núcleo de Aposentados e Pensionistas (NAP) do SINJUS-MG se reuniu na segunda-feira, 11 ...

Convênios

ver mais
Alessandra Zaramella Convênios Floresta . Belo Horizonte (31) 99164-5997 35 ver mais
Lua D’Kali Convênios Centro . Belo Horizonte (31) 98822-8482 http://instagram.com/luadkali 20% ver mais
Sonorità Aparelhos Auditivos Aparelhos auditivos Santa Efigênia . Belo Horizonte (31) 3324-1002 / (31) 99872-1006 sonoritaaparelhosauditivos.com.br até 30% ver mais
Top Fale conosco