HOMENS E MULHERES DEBATEM EDUCAÇÃO IGUALITÁRIA
quinta-feira, 26/08/21 18:33Imagem: Graphberry
Em comemoração ao mês dos pais, o encontro do Círculo do Livro dessa quarta-feira, dia 25 de agosto, contou com a importante presença de homens preocupados em instruir meninas e meninos para uma concepção de mundo com equidade de direitos e de oportunidades entre os gêneros. A iniciativa do Núcleo das Mulheres do SINJUS-MG buscou promover o diálogo e o aprendizado conjunto sobre a importância de uma educação com valores igualitários e com a derrubada de preconceitos.
A discussão ocorreu de forma virtual pelo Google Meet, e os participantes tiveram espaço para compartilhar as suas experiências, dúvidas e posicionamentos, com mediação da bacharela em Letras e editora na Quintal Edições, Carol Magalhães. A base do debate foi o livro Para Educar Crianças Feministas, da escritora Chimamanda Ngozi Adichie.
A responsabilidade pela educação das crianças deve ser dividida, sendo preciso que, além das orientações, elas vejam exemplos de conduta e postura de pais e mães dentro e fora de casa. Para isso, é necessário derrubar “práticas tradicionais” discriminatórias, que passam muitas vezes despercebidas.
“Quando você se torna pai, ainda que, como no meu caso, de coração e criação, você percebe que foi criado na filosofia de que o pai é um mero ajudante. Venho aprendendo o quanto o exemplo é importante. Tenho um casal de enteados e está claro que não adianta falar sem dar o exemplo. Por isso, a relação precisa ser de parceria, seja na divisão das tarefas domésticas, no espaço para a diversão ou em qualquer outro ambiente familiar”, destaca o coordenador-geral do SINJUS-MG, Alexandre Pires.
No início de agosto, o Sindicato sorteou exemplares do livro Para Educar Crianças Feministas e um dos ganhadores foi o filiado Otto Leonardo Vieira, que fez questão de ler a obra e de participar do encontro. “Vivi a experiência relatada no livro com minha filha, hoje adulta, e digo: não faria nada diferente. Precisamos normalizar a igualdade de direitos entre homens e mulheres”, afirmou.
Aprendizado também para as mães
Além de lançar luz sobre a necessidade de maior contribuição dos homens na educação das crianças e na formação das futuras cidadãs e cidadãos, essa edição do Círculo do Livro também trouxe importantes reflexões para as mães.
“Esse debate é muito importante nos dias de hoje, pois os próprios governantes ainda dizem que mulheres devem vestir roupas rosa e os homens, azul. Não podemos nos calar diante de falas como essas”, alertou a filiada Renata Nogueira.
O livro de Chimamanda Ngozi Adichie foi escrito em formato de carta, da autora a uma amiga que acaba de se tornar mãe. No texto, fica claro o quanto ainda precisamos evoluir para que nossa sociedade deixe de ser baseada em relações tóxicas às mulheres.
“Um trecho que mexeu muito comigo foi aquele que fala: ‘seja uma pessoa completa’. Porque, para ser amada mesmo como mãe, a gente precisa se amar, precisa ser amada pelo companheiro, precisa ser completa. Somente assim é possível dar o exemplo para os próprios filhos. Recomendo às futuras mamães que não percam isso de vista”, ressalta a coordenadora do Núcleo das Mulheres e diretora administrativa do SINJUS, Cristiane Sampaio.
A também integrante do Núcleo Malu Nogueira reforça a necessidade de se promover o debate sobre o real conceito de maternidade e de paternidade. “Esse livro caiu para mim como um presente. Tudo o que a autora fala é muito real. Eu já pensava sobre muitas questões propostas no texto e foi uma confirmação pessoal de que eu não estou fora da curva. O que se precisa agora é que o tema tenha a devida publicidade”.
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O Círculo do Livro é realizado mensalmente e é uma iniciativa do Núcleo das Mulheres do SINJUS, que tem o objetivo de promover conhecimento, empoderamento e maior representatividade feminina entre as servidoras do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) e do Tribunal de Justiça Militar de Minas Gerais (TJMMG). Além de fortalecer as demandas trabalhistas das mulheres, uma das diretrizes do Núcleo é apoiar moral, emocional e juridicamente as filiadas. Se você ainda não é integrante, clique aqui e faça parte do Núcleo das Mulheres!