ELITE DA MÍDIA JÁ MIRA SERVIDORES EM MEIO À PANDEMIA
segunda-feira, 23/03/20 14:18Com o avanço do coronavírus no Brasil, uma das principais preocupações tem sido com a capacidade do sistema de saúde e com a escassez de recursos públicos. A preocupação é pertinente. O que não é, são os oportunistas que, como sempre, querem sacrificar os servidores públicos a qualquer custo. É nesse momento, em que a população está mais vulnerável, que os servidores públicos correm mais riscos.
No editorial “Funcionalismo tem de dar sua contribuição”, publicado pelo jornal O Globo no dia 20/3, o veículo propõe, por exemplo, que assim como os assalariados do setor privado, que não têm estabilidade no emprego, abrirão mão de parte do salário em troca do emprego diante da crise econômica provocada pela pandemia, aos servidores deveria ser exigido o mesmo. O jornal ainda define os servidores públicos como privilegiados e intocáveis. Leia aqui o editoral na íntegra.
Em resposta, o presidente da Federação Nacional do Fisco Estadual e Distrital (Fenafisco), Charles Alcântara, divulgou o artigo “Cada um dá o que tem”. No texto, ele discorre sobre a criação de impostos ínfimos sobre o patrimônio de famílias bilionárias. Se esses impostos fossem cobrados, o valor arrecadado seria equivalente a praticamente todo o orçamento federal da saúde. Alcântara ainda lembra que os donos do jornal O Globo, que estão na classe dos bilionários, não se dispõem a abrir mão de uma parcela insignificante da sua fortuna para ajudar o país, mas se propõem que os servidores públicos sejam confiscados em seus salários. Leia aqui o artigo na íntegra.
Distração
No editorial, o Jornal O Globo ainda incentiva a aprovação célere da PEC Emergencial. Vale lembrar que a proposta prejudica os servidores e impede o funcionamento da Administração Pública, já que engessa o gasto governamental e determina a suspensão de direitos e obrigações do Estado. Além de autorizar a redução de jornada com redução de salário e suspender todas as possibilidades de reajuste, concurso e progressão, a PEC Emergencial veda que qualquer lei ou ato conceda ou autorize o pagamento, com efeito retroativo, de despesa com pessoal, qualquer que seja a natureza da parcela ou benefício.
Essa PEC é apenas uma das que compõem o Plano Mais Brasil. Além dela, a PEC dos Fundos e a PEC do Pacto Federativo representam grandes ameaças ao funcionalismo público e aos servidores públicos, assim como a Reforma Administrativa. Vale lembrar que os movimentos sindicais ainda enfrentarão as reformas Trabalhista e Sindical.
“Precisamos ficar alertas. Nesse momento de comoção nacional e que estamos impedidos de protestar nas ruas pode ser usado pelo governo e certos parlamentares ligados à elite financeira para aprovarem as propostas na surdina. É hora de mobilização”, afirma o coordenador-geral do SINJUS-MG, Wagner Ferreira. O Sindicato convoca todos os servidores para se manifestarem nas redes sociais. Envie e-mails para os deputados e senadores mineiros para barrar a aprovação das PECs e Reformas e trabalharem em medidas efetivas de combate ao coronavírus.
Confira aqui a lista de e-mails dos deputados estaduais.
Confira abaixo os e-mails dos senadores mineiros: