O TINTEIRO DE EVARISTO
quarta-feira, 21/12/16 15:00Autor: Lea Leda Schmidt Correa
Gincana NAP – Grupo 1, Garimpeiros de Sonhos.
Eis que chegou ao fim minha busca frenética nos livros de Machado de Assis lidos na "Roda de Leitura". Eureka! Foi encontrada a frase que me inspirou para produzir o texto: O tinteiro do meu avô.
Maria Lúcia Lino, integrante da roda, mandou-me um zapzap:
– Penso haver localizado a frase sobre o tinteiro: no livro "Esaú e Jacó", capítulo L, intitulado "O tinteiro do Evaristo".
Localizou mesmo. Não uma frase, mas um capítulo inteiro. Fotos comprovam nosso precioso achado.
. Esse Evaristo a que se refere Machado de Assis, no livro "Esaú e Jacó", é Evaristo Ferreira Veiga e Barros (pseudônimo Alcino). Poeta, político, jornalista e livreiro, Evaristo da Veiga foi o autor da letra do "Hino da Independência" e de mais 6 outros hinos. Foi um dos precursores do Romantismo no Brasil. Teve um jornal chamado "Aurora Fluminense" que exerceu importante papel na política do Primeiro Reinado e da Regência por suas tendências antilusófilas. Foi ainda membro do Instituto Histórico de França e da Arcádia de Roma. Ocupou a cadeira 10 da Academia Brasileira de Letras, escolhido por seu fundador Rui Barbosa.
E mais.
O tinteiro de Evaristo era objeto de estimação de Perpétua, personagem do livro de Machado de Assis, mencionado acima. Assim falou Perpétua sobre ele:
– Não chega aos tinteiros do mano Agostinho nem de Natividade que são luxuosos, mas tem grande valor para mim.
Tinteiros privilegiados! O Tinteiro de Evaristo, o Tinteiro do Tribunal e o Tinteiro do meu avô. Três momentos, três tinteiros e o mesmo destino: ser objeto de valor histórico, político e afetivo.
Casas juntas ardem juntas. Provérbio africano.