Educação permanente para idosos
sexta-feira, 29/04/16 18:20Nós seres humanos somos eternos aprendizes. Seja para manter a sobrevivência ou para conquistar nossa qualidade de vida estamos sempre buscando novos conhecimentos e novas possibilidades. Em qualquer fase da vida somos capazes de aprender.
A aprendizagem está no centro da nossa existência. O homem é um ser sociocultural e através da cultura surgem novas possibilidades e novos caminhos para se conseguir uma boa qualidade de vida. Como a sociedade e a cultura são mutáveis o ser humano necessita se atualizar constantemente e isso nos implica numa aprendizagem contínua para compreender e agirmos em sociedade de forma assertiva.
É possível aprender na velhice? Uma pessoa idosa é capaz de adquirir novos conhecimentos e aprender a utilizar novas tecnologias? Claro que sim. No envelhecimento o cérebro, na ausência de doenças, não perde as atividades cognitivas e intelectuais, o que se observa é uma mudança no ritmo da velocidade do processamento das informações. Mas se a aprendizagem ocorre de forma prazerosa e a pessoa possui um interesse em aprender ela é capaz de se envolver e fixar novos conhecimentos. Fatores ambientais como uma boa alimentação, estilo de vida, educação, lazer influenciam o funcionamento do nosso cérebro e por isso entendemos que de certa forma somos responsáveis pelo bom funcionamento dele e pelo nosso envelhecimento.
A educação permanente deve ser vista como algo natural e de extrema importância para os idosos e para a sociedade como um todo. Existem atualmente algumas instituições preparadas para receber este público que hoje consegue cada vez mais um lugar no processo da educação. Cursos, oficinas, academias, instituições religiosas, clubes entre outros oferecem educação de qualidade e entende que hoje o idoso não é um público passivo, mas sim um público interessado na sua grande maioria em continuar aprendendo.
A educação permanente também possibilita ao idoso o convívio social e o afasta do isolamento. Nos cursos além de aprenderem algo novo e exercitarem o cérebro, há o convívio com pessoas da mesma faixa etária o que promove amizades, cultura e lazer.
Outro aspecto muito importante que a educação permanente produz no ser humano é o comportamento de vida saudável. Quanto mais se aprende, mais nos preocupamos com nossos hábitos de vida e assim nos aproximamos cada vez mais da qualidade de vida.
A educação permanente, por gerar vínculos, auxilia principalmente o idoso, a adquirir comportamento resiliente diante das perdas que é muito frequente nesta fase da vida. Resiliência é a capacidade de passar por adversidades preservando a saúde física e mental. Participar de atividades em grupo é uma experiência riquíssima que todos deveriam experimentar. O grupo fortalece o ser humano!
Apesar de existirem vários locais que oferecem educação permanente em nossa cidade, ainda há necessidade de se oferecer muito mais, pois a população brasileira encontra-se num processo rápido de envelhecimento.
Portanto, as pessoas que já procuram a educação permanente estão no caminho certo e devem continuar para manter a qualidade de vida. Se você ficou interessado, procure na sua região grupos, universidades, instituições religiosas, clubes que oferecem atividades em grupo e busque aprender sempre. O aprendizado faz parte do ser humano em qualquer fase da vida!
Débora Guizoli
Psicóloga (CRP 04/31433)
(Instrutora de Memória Ativa)
Pós-graduanda em Gerontologia pela PUC/MG