A importância da expressão ao envelhecer

segunda-feira, 31/10/16 19:00

Débora Guizoli*

 

Desde o nascimento, ou até mesmo antes disso, o ser humano necessita de se expressar. Através de gestos, da fala, da música, do corpo, da arte nós conseguimos nos expressar ou pelo menos tentamos. Mas, nem sempre possuímos alguém que nos escute, que nos dê abertura e atenção.

Na fase produtiva, mantemos mais contatos sociais advindos do próprio meio de trabalho o qual proporciona um ambiente para nos expressarmos de alguma forma, falando das nossas emoções, escrevendo, dialogando com os colegas de trabalho ou até mesmo estranhos que passam por nossas vidas e nos escutam em algum momento com atenção.  Quando a aposentadoria chega, é muito comum o ciclo de amizades sofrer uma redução. Assim o sujeito pode se deparar numa situação de isolamento, o que faz com que se expresse cada vez menos e possivelmente entre em sofrimento psíquico.

No envelhecimento, é extremamente importante para o ser humano ter a oportunidade de expressar suas emoções, falar dos sonhos, compartilhar uma alegria, mostrar algum talento, contar algum episódio da infância que o marcou, mas nem sempre o idoso possui em casa alguém que esteja interessado em escutá-lo de verdade. É comum os idosos se queixarem que a própria família não dá importância para o que ele diz, ou escreve. Os próprios filhos, na maioria das vezes, infelizmente, não escutam e não valorizam o que os pais idosos têm para lhes contar, ou até mesmo cantar uma música ou declamar um poema. Essa troca de experiência intergeracional, ou seja, entre gerações, é importantíssima, pois possibilita uma transmissão cultural para preservação de uma memória social. Uma criança que cresce tendo a oportunidade de ouvir histórias dos pais e dos avós com certeza terá a chance de compreender melhor a sua existência e aprenderá a ser mais tolerante com os idosos quando passa a compreender realidades e maneiras diferentes de se pensar.

Felizmente, os trabalhos realizados com grupos de idosos permitem que os mesmos possam se expressar de diversas maneiras. Nos grupos as pessoas podem mostrar algum talento como cantar, cozinhar, contar histórias, dançar, opinar, criticar e se emocionar. A necessidade de se expressar pertence ao ser humano independente da idade. Por isso antes de se aposentar é importante ter em mente novos objetivos de vida que incluam, principalmente, o relacionamento com as pessoas para que a vida continue a ter sentido.

Portanto, reflita sobre isso. Há um diálogo intergeracional na sua família? Os idosos participam de atividades em grupos que possuam espaço para expressar seus sentimentos e mostrar seus talentos?    Caso isso ainda não faça parte da rotina familiar, é importante que seja pensado e estruturado pelos membros da família momentos como estes que promovam uma rica troca de experiências e que possibilitem um novo olhar para a expressão humana no envelhecimento.

 

          *Psicóloga (CRP 04/31433)

(Instrutora de Memória Ativa)

Pós-graduada em Gerontologia pela PUC /MG

[email protected]

www.memoriaativa.com.br

 

Débora Guizoli

É psicóloga, com pós-graduação em Gerontologia pela PUC Minas. Atua como Instrutora da Memória Ativa no SINJUS-MG. Possui experiência com trabalhos em grupo focados em Estimulação Cognitiva e Desenvolvimento Humano.

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